Maurício Luiz Borges Ramos Dias

A POLÍTICA EXTERNA DA COREIA DO SUL PARA A ÁSIA ORIENTAL DURANTE O GOVERNO DE PARK GEUN-HYE [2013-2017]


Introdução

Através da posse de Park Geun-hye [2013-2017], em 2013, ao cargo de presidenta da República da Coreia, o escopo diplomático sul-coreano adotou uma nova estratégia de atuação internacional voltada, especialmente, às dinâmicas geopolíticas encontradas na Ásia Oriental. Nessa perspectiva, Park estruturou sua política externa baseando-se no denominado “Paradoxo Asiático” que seria resolvido mediante: 1] a resolução das divergências coloniais entre Coreia do Sul e Japão; 2] o aprimoramento da relação intercoreana; 3] e a busca de maior capacidade de ação sul-coreana frente aos grandes poderes regionais presentes na região, contradizendo o paradigma de que a nação sul-coreana seria como “um camarão em meio a baleias” [SNYDER, 2016]. A partir dessas prerrogativas, a Coreia do Sul adotou diferentes posicionamentos bilaterais, assim como trilaterais, considerando os novos pilares de sua política externa. 

Deste modo, o objetivo central dessa pesquisa foi compreender como a política externa de Park Geun-hye se desenvolveu em relação ao Japão, à República Popular Democrática da Coreia e à República Popular da China presentes na Ásia Oriental, depreendendo, a título de exemplos, aspectos históricos, geopolíticos, econômicos e de segurança. Para tanto, a metodologia aplicada foi baseada em uma pesquisa bibliográfica e documental, composta por artigos, livros e documentos oficiais, em consonância com a utilização do método hipotético dedutivo. 

 

A Política Externa de Park Geun-hye nas Dinâmicas da Ásia Oriental

Para se compreender a política externa de Park Geun-hye em direção ao Japão administrado pelo primeiro-ministro Shinzō Abe [2012-2020], foi necessário abordar os efeitos do governo do presidente sul-coreano Lee Myung-bak [2008-2013] na relação Seul-Tóquio. Conforme Tamaki [2019], Lee foi pressionado pela Suprema Corte da Coreia do Sul a angariar compensações por parte do Japão às denominadas mulheres de conforto, que foram obrigadas pelo exército imperial japonês a realizar atividades sexuais entre 1930 e 1945 em meio à colonização nipônica na península coreana. Apesar dos esforços de Lee, o Estado japonês considerou que esses casos foram resolvidos na assinatura do Tratado de Relações Básicas de 1965 entre Japão e Coreia do Sul. Todavia, como a conjuntura da celebração do Tratado de Relações Básicas de 1965 foi influenciada por pressões estadunidenses e interesses econômicos de ambas partes asiáticas, não foi possível que emoções e opiniões divergentes sobre a colonização japonesa fossem de fato normalizadas, contribuindo para que diferentes interpretações sobre o passado colonial pudessem surgir a qualquer momento [KIM, 2008], assim como visualizado no governo de Lee Myung-bak e, posteriormente, no de Park Geun-hye.

Como resultado, Lee proporcionou um espaço nacionalista para que o passado colonial retornasse ao escopo de discussão entre Coreia do Sul e Japão, culminando na adição da pauta de resolução de diferenças históricas coloniais frente à Terra do Sol Nascente nas prerrogativas da política externa de Park Geun-hye. De acordo com Sohn [2019], até 2014, a relação bilateral Seul-Tóquio encontrou intensos obstáculos de aproximação causados por ambos líderes políticos, à medida que: 1] Shinzō Abe, de caráter nacionalista-conservador, visitou, em 2013, o templo xintoísta Yasukuni, que homenageia militares que serviram ao Japão Imperial, e se demonstrou favorável à revisão da Declaração Kono de 1993 em que teve-se o reconhecimento japonês de suas violações às mulheres de conforto, da mesma forma que adotou uma política doméstica e externa visando a remilitarização nacional; 2] enquanto que Park Geun-hye, diante das ações japonesas, robusteceu o sentimento sul-coreano anticolonial e de vítima da colonização nipônica, considerou as atuações japonesas de Abe como ultranacionalistas e, por fim, declarou que políticas bilaterais nos âmbitos econômicos e securitários seriam desenvolvidas conforme avanços na questão das mulheres de conforto fossem alcançados. Diante disso, constatou-se que a inserção internacional de Park não conseguiu convergir com determinados aspectos político-ideológicos de Abe, distanciando as relações bilaterais de ambas nações.

Essa conjuntura mudaria pontualmente graças à estratégia “Pivô da Ásia” do presidente estadunidense Barack Obama [2009-2017], tendo em vista que tanto Park como Abe, a partir de 2014, seriam pressionados pelo seu parceiro estratégico ocidental a desenvolver suas relações [LEE, 2016]. Por conseguinte, o passado colonial divergente foi colocado como caráter secundário por ambos líderes de Estado, atribuindo maior articulação bilateral nas políticas externas de Park e Abe conforme visualizado, em 2015, na assinatura do Acordo Geral de Segurança de Informações Militares [TATSUMI, 2020] e do Acordo das Mulheres de Conforto, no qual Abe se desculpou oficialmente pelo sofrimento das vítimas sul-coreanas e reconheceu a atuação do exército imperial nessa questão [JAPÃO, 2015b].

Em relação ao tópico das mulheres de conforto, apesar das desculpas e do reconhecimento de Abe, do envio de um fundo de cerca de US$ 83 milhões ao governo sul-coreano e do oferecimento de cuidados às vítimas vivas, parte da população sul-coreana não visualizou esse acordo como suficiente e organizou diversas manifestações que afetaram, inclusive, o corpo diplomático japonês presente na Coreia do Sul [SOHN, 2019]. Logo, percebeu-se o passado colonial como uma questão determinante para a melhora das relações nipô-sul-coreanas presente não somente nos posicionamentos diplomáticos que Park estava realizando anteriormente, mas também na própria população sul-coreana. Perante a desestabilização do governo de Park em meio a um processo de impeachment iniciado em 2016 e da perpetuação do passado colonial como ponto de fricção, as relações entre Seul-Tóquio não encontraram espaço para maiores desenvolvimentos.

No tocante à Coreia do Norte, a política externa de Park Geun-hye adotou o termo Trustpolitik como base para as relações intercoreanas. De acordo com Snyder [2016], a partir dessa política, Park pretendeu desenvolver uma relação bilateral de longo prazo pautada, sob devida ordem, na cooperação humanitária, no fomento de projetos de infraestrutura e, por último, na geração de maior homogeneidade entre a população desses dois países que já foram um só. Ademais, em 2014, mesmo após testes militares realizados por Pyongyang no ano anterior, Park centralizou na Trustpolitik a pauta da necessidade de avanços na relação bilateral em direção à unificação coreana [WERTZ, 2017].

Nessa perspectiva, os pontos chaves para o sucesso da Trustpolitik se baseavam, justamente, na confiança entre ambos Estados, no cumprimento norte-coreano dos acordos assinados com Seul e demais nações e organizações internacionais, bem como na reciprocidade do comprometimento mútuo de desenvolver avanços bilaterais [KANG, 2014]. Consequentemente, Park inaugurou uma política intercoreana diferente de seus antecessores, já que, conforme Fiori [2017], a Sunshine Policy, utilizada pelos presidentes sul-coreanos Kim Dae-jung [1998-2003] e Roh Moo-hyun [2003-2008], era de caráter essencialmente reconciliatória por meio de diálogos constantes, enquanto que a política de Lee Myung-bak pretendia a desmilitarização norte-coreana a todo custo. Porém, a nova política criada pelo governo sul-coreano encontrou obstáculos que impediram seu desenvolvimento planejado ao passo que a confiança bilateral ia sendo desmantelada, principalmente, por causa do robustecimento militar norte-coreano.

Sob o governo de Kim Jong-un [2011-atualmente], a Coreia do Norte realizou testes militares, inclusive com capacidades nucleares, ao longo da gestão de Park como presidenta sul-coreana. Ainda assim, a Trustpolitik havia se perpetuado entre 2013 e julho de 2014. No entanto, Fiori [2017] constatou três questões para o enfraquecimento dessa estratégia sul-coreana, sendo elas: 1] o enfoque, já em 2014, na unificação como fim e não nos meios necessários para alcançar este objetivo, tornando complexo o diálogo bilateral; 2] tensões fronteiriças durante 2015 em que dois soldados sul-coreanos se feriram ao pisar em minas terrestres, supostamente colocadas por membros norte-coreanos infiltrados, e, devido a discordâncias sobre a responsabilidade desse acontecimento posterior, trocas de tiros foram realizadas entre combatentes de ambos os lados; 3] e, em 2016, mediante a perpetuação de testes nucleares pela Coreia do Norte, independentemente das pressões estadunidenses e internacionais, desgastando os pilares de confiança e reciprocidade da Trustpolitik.

Logo, o distanciamento diplomático entre Park e Kim foi aumentado, sendo proporcionado, por exemplo, pelos planos assertivos sul-coreanos voltados a sanções econômicas e fechamento do Complexo Industrial Kaesong [CIK] [WERTZ, 2017]. De acordo com Ku [2019], o encerramento das atividades no CIK, que era uma área industrial na qual ambas Coreias atuavam em conjunto, foi uma decisão unilateral tomada por Park, sem consulta de seu corpo ministerial, que acabou retirando as poucas linhas bilaterais diretas de diálogo e mantendo somente possibilidades de comunicação militar entre Seul e Pyongyang.

Em direção à China, constatou-se a tentativa sul-coreana de se afastar do termo “camarão em meio de baleias” do “Paradoxo Asiático”. Dessa maneira, Moon e Boo [2015] identificaram que Park teve como objetivo robustecer uma relação entre Coreia do Sul e China pautada no balanceamento entre os interesses que Seul poderia angariar se aproximando de Pequim e, em outras conjunturas, de Washington; na capacidade de exercer maior influência sino-sul-coreana na Coreia do Norte; além do fortalecimento da cooperação econômica, securitária e humanitária com o Estado chinês. Nesse sentido, em junho de 2013, Park se encontrou oficialmente com o presidente Xi Jinping [2013-atualmente] na China. Segundo Hwang [2014], nesse encontro, ambos líderes se reconheceram mutualmente como importantes parceiros nos âmbitos político e de defesa, bem como se propuseram em fortalecer suas assistências bilaterais rumo à coexistência pacífica e ao alcance de benefícios para ambas nações. Destarte, como reflexo do desenvolvimento dessa parceria, em junho de 2015, foi assinado o Acordo de Livre Comércio entre China e Coreia do Sul e, no mesmo mês, o Estado sul-coreano passou a participar do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura [SNYDER; BYUN, 2015].

Vale ressaltar que, quando o CIK ainda não havia sido fechado, a Coreia do Sul e a China almejavam aumentar o comércio com a Coreia do Norte através do Acordo de Livre Comércio firmado em 2015 [SNYDER; BYUN, 2015]. Diante disso, além dos interesses da Trustpolitik e da parceria sino-norte-coreana, pôde-se visualizar um interesse geoeconômico em relação à Coreia do Norte, que, conforme Geiger [2019], é um território em que projetos de integração regional possuem importância econômica, política e securitária. Portanto, era de interesse tanto de Park, quanto de Xi, que o governo de Kim se mantivesse estável e que as relações diplomáticas e econômicas progredissem.

Outrossim, modificações na relação Seul-Pequim foram encontradas na esfera da segurança regional. Segundo Miyamoto [2015], Park conjurou uma “diplomacia dupla”, sob a égide da Trustpolitik intercoreana, na qual com Obama o objetivo era a desnuclearização norte-coreana, enquanto que com Xi era diminuir as tensões bilaterais coreanas em virtude da paz regional. Desse modo, a Coreia do Sul se esforçou em cooperar, o máximo possível, com dois importantes atores estatais que influenciam na Ásia Oriental, sendo eles a China e os EUA, em agendas que não fossem conflitantes. Não obstante, a aproximação entre Park e Xi gerou anseios estadunidenses ante, por exemplo, a pressão chinesa, entre 2014 a 2016, para que a nação sul-coreana não participasse do acordo estadunidense Terminal High Altitude Area Defense [THAAD] cuja assinatura da Coreia do Sul só ocorreu em 2016 [KU, 2019]. Sendo assim, apesar de Park tentar estabelecer uma política regional na qual a Coreia do Sul se beneficiaria ao respeitar os interesses estadunidenses e chineses, não era possível garantir que não existiriam fricções com seus parceiros e que decisões que não fossem satisfazer ambos parceiros não tivessem que ser tomadas.

Por fim, salienta-se que, nas dinâmicas da Ásia Oriental, os encontros de cooperação trilaterais entre Coreia do Sul – China – Japão e Coreia do Sul – EUA – Japão foram afetados pela conjuntura presente durante o governo de Park Geun-hye. Conforme exposto anteriormente, a relação bilateral nipô-sul-coreana teve momentos de distanciamentos que não possibilitaram desenvolvimentos diplomáticos, contribuindo para que as cooperações trilaterais, nas quais tanto Coreia do Sul como Japão participavam juntos, não avançassem entre 2013 e 2014. Apesar disso, como resultado do esforço em desenvolver a relação Seul-Tóquio, Sohn [2016] demonstrou que, em 2015, aumentaram-se as oportunidades de políticas trilaterais entre Coreia do Sul – EUA – Japão, nas quais o Estado sul-coreano objetivava impedir que estratégias conjuntas causassem maior rivalidade entre China e EUA e afetassem as possibilidades de atuação conjunta sino-sul-coreana em relação à Coreia do Norte. Além do mais, no sexto encontro da cooperação trilateral Coreia do Sul – China – Japão, também em 2015, as três nações concordaram em: 1] desenvolver políticas que promovam prosperidade e estabilidade no Nordeste Asiático; 2] robustecer a cooperação econômica e social; 3] e, também, aumentar a confiança entre as populações dos Estados parte [JAPÃO, 2015a]. Portanto, notou-se que, a partir de 2015, políticas trilaterais retornaram ao escopo cooperativo da Ásia Oriental, contribuindo para formulações de atuações econômicas, diplomáticas e no âmbito da defesa.


Considerações Finais

Diante do exposto, foi possível constatar que os pilares do “Paradoxo Asiático” contribuíram para diferentes formas de inserção da política externa sul-coreana de Park Geun-hye na Ásia Oriental, modificando-se, porém, conforme as transformações nas conjunturas internacional e regional. Nessa perspectiva, identificou-se que, nos primeiros anos do governo de Park, a relação entre Seul e Tóquio se iniciou com distanciamentos ocasionados pelo governo de Lee Myung-bak, pelas características conservadoras, ideológicas e militares de Shinzō Abe e, também, pelo princípio sul-coreano de que o desenvolvimento bilateral nipô-sul-coreano aconteceria somente se o passado colonial fosse reconhecido conforme a interpretação histórica da Coreia do Sul. No entanto, a partir da pressão estadunidense exercida por Barack Obama em seus aliados asiáticos, as atuações diplomáticas de Park e de Abe foram modificadas, possibilitando, a partir de 2015, momentos de cooperação bilaterais e trilaterais dentro do escopo da Ásia Oriental acompanhados pela resolução efêmera e contestada do Acordo das Mulheres de Conforto. Ainda assim, o passado colonial, apesar da tentativa bilateral, continuou como um assunto considerado divergente entre Seul e Tóquio. 

No que concerne à Coreia do Norte, percebeu-se que, diante de desentendimentos intercoreanos causados, principalmente, pela militarização norte-coreana somada à desarticulação sul-coreana em seguir suas propostas iniciais voltadas à integração bilateral, a Trustpolitk de Park não foi capaz de promover a solidificação da confiança necessária para o progresso da relação Seul-Pyongyang. Como reflexo, de uma política que visava a unificação, a atuação militar norte-coreana e as decisões de Park, tais como o fechamento do CIK, contribuíram para a emersão de distanciamentos intercoreanos, em contrapartida, portanto, do segundo pilar do “Paradoxo Asiático”.

Além disso, notou-se que a política externa de Park aplicada à China governada por Xi Jinping visou expandir as possibilidades de ação da Coreia do Sul no tocante às potências regionais e à Coreia do Norte. Por conseguinte, desenvolveram-se aproximações econômicas, securitárias e diplomáticas entre Seul e Pequim que eram interessantes para a nação sul-coreana, tendo em vista a sua aproximação com a potência econômica e militar chinesa em uma espécie de balanceamento estratégico que, com algumas exceções, tais como o processo de assinatura do THAAD de 2014 a 2016, não causavam intensos momentos de pressões chinesas e estadunidenses síncronas em virtude de eventuais posicionamentos da Coreia do Sul. Outrossim, a China era uma importante parceira sul-coreana que proporcionava diferentes possibilidades de abordagens a serem aplicadas na integração intercoreana e que poderiam promover maior paz regional. Por último, então, constatou-se que o terceiro ponto do “Paradoxo Asiático” se desenvolveu conforme o desejado, perante a maior capacidade regional da ação sul-coreana em atuar seguindo seus interesses nacionais em sua relação com a China.      

 

Referências

Maurício Luiz Borges Ramos Dias é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas [UNESP – UNICAMP – PUC/SP] e bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Federal do Pampa [UNIPAMPA]. Além disso, é bolsista CAPES. E-mail: mauriciolbrdias@gmail.com.

 

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WERTZ, Daniel. “Inter-Korean Relations” in The National Committee on North Korea – Issue Brief, 2017, p.1-13. Disponível em: https://www.ncnk.org/sites/default/files/issue-briefs/NCNK_Issue_Brief_ROK%20_DPRK.pdf.

6 comentários:

  1. Meus parabéns pelo seu trabalho, Maurício. Este tema é importantíssimo.
    Meu questionamento ao assunto é uma provocação sobre cenários futuros na área de segurança: você concorda que uma política externa como a do governo Park Geun-Hye, que exercitou a amenização das ambiguidades e tentou manter temas espinhosos como o THAAD "abaixo do radar", tende a ser cada vez mais difícil nesta década?
    Digo isso porque há pressões por parte dos EUA para o aprimoramento do sistema, principalmente por conta dos novos mísseis da Coreia do Norte. Ademais, a situação de Taiwan e o Mar do Sul da China parecem imbróglios insolúveis entre Washington e Pequim. Por esses e outros motivos, apesar de todo esforço, a Coreia do Sul me parece fadada a limitações parecidas com as que um camarão teria entre duas baleias.

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    1. Maurício Luiz Borges Ramos Dias6 de outubro de 2021 às 12:36

      Olá, Gustavo! Muitíssimo obrigado. Fico contente com o seu retorno sobre o meu artigo.
      Ótima pergunta!! É difícil fazer previsões desse tipo, ainda mais com as mudanças geopolíticas que a pandemia pode causar, mas acredito que, sim, durante essa nova década estará mais difícil manter uma política externa similar à de Park Geun-hye. Ou ao menos a Coreia do Sul enfrentará alguns desafios que dificultem essa tentativa. Digo isso tendo em vista alguns pontos sobre o governo de Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul desde 2017, que podemos refletir sobre:
      1) Apesar da negociação do THAAD ter sido diplomaticamente sensível/desgastante para a aliança Coreia do Sul - Estados Unidos, Moon manteve como objetivo desenvolver as relações econômicas sul-coreanas com a China, que possui altas projeções de crescimento no presente e futuro. Enquanto isso, ocorreu um forte distanciamento diplomático e econômico entre a Coreia do Sul e o Japão, aumentando ainda mais a importância econômica da China para o Estado sul-coreano.
      Dessa maneira, até que ponto uma maior integração econômica com a China acompanhada de um diantaciamento do Japão poderá dificultar que a Coreia do Sul adote medidas de segurança, como o THAAD com os EUA ou o GSOMIA com o Japão, que possam enfraquecer as relações sino-sul-coreanas? Também, até que ponto se torna geopoliticamente benéfico seguir as prerrogativas estadunidenses que tendem a ter uma postura mais intransigente frente à China?
      2) Nesse jogo geopolítico da Ásia Oriental, é importante olharmos também para a Coreia do Norte, como você mesmo escreveu em seu comentário. Apesar de Kim Jong-un ter se demonstrado aberto ao diálogo há alguns anos atrás, como a Coreia do Sul pode desenvolver uma política de reconciliação, diálogo e cooperação com o Estado norte-coreano que, por vezes, desenvolve e demonstra seu sistema bélico e faz com que potências como, principalmente, os Estados Unidos cobrem um posicionamento sul-coreano frente a essas ameaças?
      Portanto, percebemos a dificuldade da Coreia do Sul em tomar decisões independentes em questões relacionadas à segurança internacional, assim como, devido à sua aproximação com a China, tem que levar em consideração aspectos de possíveis (inter)dependências econômicas que possam impedir uma maior autonomia sul-coreana.
      Espero que tenha conseguido responder sua pergunta! Abraços.
      Maurício Luiz Borges Ramos Dias.

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  2. A política externa chinesa do governo de Xi Jinping, se mostraria contrário a uma possível unificação da Coreia do Norte com a Coreia do Sul, ou a uma possível aproximação diplomática através através de Trustpolitik ? já que uma possível unificação entre as correias ameaçaria a soberania da China na Ásia. Em especial nas áreas militar e econômica.

    Carlos Eduardo Ferreira Alves

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  3. Maurício Luiz Borges Ramos Dias6 de outubro de 2021 às 13:05

    Olá Carlos! Quando falamos sobre a China e o Xi Jinping na política internacional, a palavra "pragmatismo" vem em minha mente. Nos últimos anos, visualizamos uma China muito pragmática em seus posicionamentos estatais e suas estratégias de inserção internacional, sendo isso muito importante, por exemplo, para que desenvolvimentos no grande projeto chinês One Belt One Road sejam realizados.
    Tendo isso em vista, eu diria que Xi Jinping atua na Península Coreana de forma pragmática, balanceando os ganhos e as perdas que a China pode ter ao apoiar a Coreia do Norte e/ou a Coreia do Sul em alguns momentos. Dessa forma, uma aproximação diplomática entre ambas as Coreias que contribuísse, por exemplo, para trocas econômicas, estabilidade regional e maiores diálogos, pragmaticamente, é benéfica para China. Além do mais, uma Península Coreana sem tensões militares e sem desenvolvimento de armas nucleares favoreceria a China na falta da necessidade de tomar atitudes mais rígidas que podem ir na contramão do que é defendido pelos Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e até mesmo Coreia do Norte.
    Considerando que uma possível unificação das Coreias é um processo, no mínimo, de médio a longo prazo, que vai além da temporalidade do governo de Xi Jinping, creio que o posicionamento atual chinês seja mais próximo de algo favorável à estabilidade regional, logo maior aproximação diplomática entre Coreia do Norte e Coreia do Sul.
    Maurício Luiz Borges Ramos Dias

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  4. Suéllen Sulamita Gentil de Oliveira7 de outubro de 2021 às 19:59

    Olá, Maurício! Tudo bem?

    Primeiramente, parabéns pelo excelente trabalho! Compreender as relações diplomáticas e os esforços políticos que são feitos em prol de um trabalho mais colaborativo entre os países que compõem a Ásia Oriental é extremamente importante, não só para entender as conjunturas atuais desses países, mas também em como essa conjunturas influenciam em outros contextos políticos ao redor do mundo.

    Achei muito interessante, em particular, a questão do encerramento do CIK e que essa decisão foi feita de forma unilateral pela presidenta.

    Além do que já foi muito bem exposto por você em seu texto, gostaria, se possível que você falasse um pouco mais sobre as consequências dessa decisão no governo da presidenta Park.

    Mais uma vez, parabéns!

    Suéllen Sulamita Gentil de Oliveira

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    1. Maurício Luiz Borges Ramos Dias8 de outubro de 2021 às 12:04

      Olá Suéllen!! Como é bom te ver por aqui! Comigo tudo bem e contigo? Muitíssimo obrigado pelo apoio e por seu comentário!!!

      De prontidão, a decisão unilateral de Park em encerrar as atividades no Complexo Industrial Kaesong (CIK) demonstraram uma falha no objetivo sul-coreano do "Paradoxo Asiático" em desenvolver as relações intercoreanas.

      Indo para uma questão mais simbólica, como o CIK era a única conexão industrial em que ambas Coreias trabalhavam conjuntamente entre si por mais de dez anos, considero muito emblemático esse fechamento que, de certa forma, era um espaço de cooperação pacífica. Além do mais, era um complexo ímpar em que o povo coreano, seja residente na Coreia do Norte ou na Coreia do Sul, conseguia se encontrar, dialogar e trabalhar em grupo em uma configuração que superava certos limites territoriais da divisão da península desde 1945.

      Dessa maneira, para além das consequências econômicas (em que a Coreia do Sul se beneficiava por ter acesso a mão de obra barata e a Coreia do Norte angariava ganhos econômicos), o fechamento do CIK pode ser visto como a perda simbólica de um canal de comunicação intercoreano, afastando-se de um ambiente colaborativo e promotor de confiança entre ambas Coreias.

      Por fim, é importante levarmos em consideração também que projetos assim não são de fácil implementação, ao passo que até hoje discussões sobre a reabertura, ou não, do CIK são realizados, demonstrando a grande perda causada pela decisão de Park.

      Espero ter respondido o o seu comentário! Tentei explicar pelo caminho de uma perspectiva mais simbólica.

      Abraços,
      Maurício Luiz Borges Ramos Dias

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