Matheus Eduardo Rezende Pereira

A REPRESENTAÇÃO DO BUSHIDO NOS MANGÁS DA ERA HEISEI A PARTIR DA OBRA BLADE A ‘LÂMINA DO IMORTAL’


No final do século 19 com as reformas realizadas no Japão a partir da Era Meiji, houve uma visível inserção da cultura ocidental dentro da sociedade japonesa. Além disso, também podemos observar um debate entre a formação da identidade japonesa, e a maneira como o Japão iria se portar perante o mundo, ou seja, como iria construir a sua imagem. Tais questões ainda existem, mesmo que de maneira diferente, e se desdobraram em outras discussões e debates na sociedade nipônica. Nesse texto, veremos como aparecem e são tratados nos mangás, especificamente na obra Mugen no Juunin (em tradução literal, Habitante do Infinito, no Brasil, Blade a Lâmina do Imortal) do mangaka (autor de mangás) Hiroaki Samura, na década de 1990 recorte espaço-temporal deste texto.

Antes de começarmos a análise, definirei o bushido (bushi significa guerreiro, e do caminho, caminho do guerreiro em tradução), conceito historicamente criado para responder questões da sociedade japonesa que, na época de 1890, estava se inserindo no mundo, assim como seus usos posteriores. Após isso, farei um breve levantamento da historiografia sobre a utilização de mangás como fontes históricas, para, em seguida, analisarmos uma construção cultural do bushido no cinema a partir dos gêneros cinematográficos jidaigeki (filmes históricos japoneses) e chanbara (filmes sobre samurais), verificando filmes que criticam ou concordam com o bushido. Por fim, realizaremos a análise da obra.

Para descrevermos o bushido, utilizaremos o livro de Oleg Benesch “Inventing the Samurai” Way (2014), onde o autor apresentou as diversas fases do bushido, dos primeiros autores no começo do período Meiji, até a contemporaneidade. O autor apontou que o bushido se constituiu como um conceito unificado apenas na era Meiji. Antes disso, coexistiam diversos pensamentos entre vários autores dentro do Japão. Inicialmente, podemos apontar o conceito de bun-bu (bun significando escrita, e bu guerra), inspirado no conceito chinês wen-wu, em que a escrita e a guerra eram tratadas como os dois pilares do governo, a diplomacia e a marcialidade. A depender de cada autor e época, o enfoque era dado em um dos dois. Durante os primeiros shogunatos, o foco foi no bu, enquanto no Shogunato Tokugawa, que foi um período pacifico, o foco era no bun. Encontramos exemplos notáveis, como os escritos de Yamaga Soko, utilizando-se de pensamentos zen budistas e confucionistas e inspirado pelo bun-bu, e se centrou em questões como lealdade, devoção, pureza e altruísmo. Ou seja, ele descrevia que o samurai deveria ser o expoente da moral e da ética da sociedade, como o cidadão exemplar confucionista (BENESCH, 2014, p. 21)

Com o término do Xogunato Tokugawa em 1868, e o início da Era Meiji, é possível observar um desgaste político e social da figura do samurai, uma vez que as reformas realizadas após o fim do xogunato, a perda de privilégios sociais da classe dos samurais, e a inserção das camadas populares em um novo e reformado exército japonês, juntamente com uma introdução da cultura ocidental, fizeram com que os samurais perdessem sua importância. Esse processo resultou em rebeliões, como a rebelião de Satsuma em 1877. Além disso, um sentimento de revanchismo e uma memória anti-samurai eram formados, uma vez que agora os camponeses e cidadãos comuns estavam livres da opressão que sofriam anteriormente dessa classe (BENESCH, 2014, p. 34 - 41)

No final do século 19, surgiram, então, os autores do bushido, com destaque para Ozaki Yukio. Após viajar para o ocidente, Yukio voltou para o Japão admirado com a imagem do “lorde” inglês, pela sua etiqueta, educação, e que suas origens poderiam ser traçadas desde o período medieval, oferecendo legitimidade histórica. Isto é, o cavalheiro britânico serviu de inspiração para a criação do bushido, que buscava se respaldar em uma figura do samurai historicamente construída (BENESCH, 2014, p. 45 - 56)

O bushido foi uma das bases do crescente nacionalismo japonês em resposta à ocidentalização do país do final do século 19 e começo do 20. Os conflitos militares, como a primeira guerra sino-japonesa (1894-95) e a guerra contra a Rússia (1904-05), trouxeram um aspecto marcial para a nova identidade japonesa, que se baseou no bushido e em uma figura nostálgica do samurai guerreiro. Os autores do bushido propuseram até que a decadência do Japão e China perante as potências europeias se dava pelo enfraquecimento do bu (ou wu, na China) no governo, e que, dessa forma esse aspecto deveria ser acentuado (BENESCH, 2014, p 67 - 72)

Com o advento do fascismo japonês durante o Período Showa (1926-89) e a criação do Yamato Damashii (espírito japonês/do Japão), o governo japonês buscou no bushido a marcialidade e a lealdade (HIRATA, 1998, p.3), como por exemplo com os kamikazes (vento divino), os pilotos da Segunda Guerra Mundial que faziam quedas suicidas com o intuito de causar baixas aos inimigos (HENSHALL, 1999, p. 53)

O Bushido sofreu diversas mutações durante os períodos posteriores à segunda guerra. Na década de 90, tivemos uma mudança brusca de paradigmas na sociedade japonesa, com a queda da URSS e o fim da Guerra Fria, o estouro da bolha econômica japonesa quando o índice de desemprego se igualou aos da época da Segunda Guerra. Dessa forma, foi quebrada a visão de futuro e progresso que existia na década de 80, de que o próximo século seria o século do Japão, com a década de 90 passando a ser alcunhada como a “década perdida” (SUGUIMOTO, 2009, p. 353). Ao mesmo tempo, o mangá se tornava um dos maiores produtos de exportação japonesa após o estouro da bolha japonesa. Nesse período, podemos observar o bushido sendo novamente utilizado, porém abandonando o âmbito militar que existiu durante a guerra e entrando no empresarial. Um exemplo marcante é encontrado nos salarymen, trabalhadores que possuem longas jornadas de trabalho com baixa remuneração, com o forte senso de lealdade e sacrifício pela sua empresa, demonstrado a partir do trabalho (JONES & ERICSON, 2007, p.188)

Analisando o bushido a partir do conceito de tradição de Eric Hobsbawm (HOBSBAWM, 1997), buscou-se no Japão da virada do século XIX a criação de uma tradição para validar um sistema de valores e comportamentos ideais, baseando nisso uma nova identidade japonesa. Porém, durante o período Showa, podemos observar como essa tradição inventada, foi moldada para validar uma autoridade e legitimar as instituições, como, no caso do Japão, o exército. É possível dizer que foi aplicada para a estabelecer a união do país sob a causa fascista. Na década de 90, já podemos ver como foi utilizado para validar um tipo de comportamento laboral presente no meio empresarial. Isto significa que, ao analisar como foi utilizado o bushido ao longo do tempo, observamos vários usos diferentes, se encaixando em certos momentos em mais de uma categoria das três categorias de Hobsbawm.

Utilizando-se o conceito de memória de Michael Pollak (POLLAK, 1992) vemos a utilização de personagens não pertencentes ao espaço-tempo do indivíduo, como os samurais, ou o evento dos 47 ronins, ou até mesmo o samurai ficcional mostrado no cinema, nos animes e nos mangás, para respaldar a criação de uma memória para a sociedade japonesa e assim legitimar o bushido. Podemos observar que ambos conceitos de tradição e memória funcionam juntos para analisar a criação e os desdobramentos do bushido.

A historiografia sobre mangás é escassa, porém com várias contribuições de áreas como a comunicação. No Brasil temos a autora pioneira sobre o assunto, Sonia Bibe Luyten, que, durante a década de 70 juntamente com a Universidade de São Paulo, fundou a revista Quadreca. Nela publicou diversos trabalhos importantes como “O fantástico e desconhecido mundo das H.Q. japonesas”, “Formas de mangá” e “Técnicas de quadrinização”. Na década de 90, publicou o livro “Mangá: O poder dos Quadrinhos Japoneses” e, nos anos 2000, o trabalho “Onomatopeia e Mimesis no Mangá”. Todos eles voltados para a linguagem, arte, técnica, história e difusão dos mangás. Influenciada pelos trabalhos de Luyten, Selma Martins Meirelles, da área da linguística, publicou nos anos 2000, “O Ocidente Redescobre o Japão: O Boom de Mangás e Animes”, analisando as relações entre cultura japonesa e as características dos mangás, bem como sua influência na cultura ocidental.

No campo internacional o livro “Explorations in the World of Manga and Anime”, organizado por Mark W. MacWilliams em 2008, possui diversos capítulos importantes, dando ênfase para “Explorations in the World of Manga and Anime” da autora Kinko Ito, “Contemporary Anime in Japanese Pop Culture” de Gilles Poitras, e “Considering Manga Discourse: Location, Ambiguity, Historicity” de Jaqueline Bernedt. Todos mostraram como o mangá influencia e é influenciado pelo contexto de sua época, nas questões políticas, religiosas e econômicas, e da sua evolução como meio de comunicação.

O bushido foi representado muitas vezes na cinematografia japonesa, muito presente nos gêneros chanbara e jiddaigeki, pois quando era mobilizada a figura do samurai, o bushido aparecia junto nessa representação, direta ou indiretamente, até mesmo de maneira crítica, como no caso de Harakiri dirigido por Masako Kobayashi de 1962. O filme se ambienta numa narrativa sobre a honra, onde os antagonistas a defendem ferrenhamente ao exigir o ritual do seppuku de um indivíduo que, com o desenrolar da trama, revela-se o genro do protagonista. O desfecho do enredo aparece quando o protagonista relata que aqueles que forçaram o suicídio de seu genro, não eram honrados como apareciam, uma vez que foram desonrados em duelo por ele, e não cometeram o ritual de tirar a própria vida obrigatório, ao invés disso se esconderam para evitarem a vergonha. Outra representação crítica é a do filme Yojimbo dirigido por Akira Kurosawa de 1961. Nele um ronin (samurai sem mestre) se utiliza de uma rixa entre gangues na cidade para seu próprio lucro e para isso o protagonista age de maneira antiética, pensando no bem próprio, indo contrário a ideia idealizada do bushido e da própria construção da imagem do samurai.

Porém, ao mesmo tempo Akira Kurosawa foi responsável por obras onde o samurai e o ronin são personificados na idealização do bushido, como no filme Os Sete Samurais de 1954, A Fortaleza Escondida de 1958, ambas histórias que se baseiam na figura de um samurai/ronin, e que servem de modelo e inspiração para outros personagens. No caso de Os Sete Samurais, os guerreiros lideram uma vila contra um ataque de bandidos, e no caso de A Fortaleza Escondida, dois protagonistas, que são soldados rasos, são guiados pelo samurai, que está sendo um herói ao salvar uma princesa. Conseguimos observar nesses exemplos de filmes, a imagem do cidadão exemplar confucionista, uma das bases do bushido, em que ele lidera e protege as pessoas hierarquicamente abaixo dele na sociedade a partir da marcialidade, como também os guia de maneira ética. No caso de Harakiri e Yojimbo, nota-se uma visão contestadora dessa imagem, ao retratar os protagonistas e antagonistas sendo hipócritas, ou não se comportando da maneira idealizada presente no bushido.

Mugen No Juunin, é uma obra do mangaká Hiroaki Samura, sendo seriada no Japão pela editora Kodansha, de junho de 1993 até dezembro de 2012, do gênero seinen (mangás para jovens adultos). No Brasil, a obra foi publicada sob o título Blade, a Lâmina do Imortal, primeira pela editora Conrad em 2004, e segundamente sendo publicada no país com o selo da editora JBC desde 2015. O mangá teve uma recepção muito boa no Japão e no ocidente, no país de origem recebendo um prêmio de excelência no Festival de Mídias Artísticas do Japão de 1997, e no ocidente sendo premiado com o Will Eisner Comic Industry em 2000, de melhor quadrinho estrangeiro.

O enredo do mangá se centra a partir de dois protagonistas. O primeiro é Manji, um ronin que ao matar seu senhor perdeu o título de samurai, e ao ter seu corpo infectado com vermes sagrados, se tornou imortal. Posteriormente aceita trabalhar como Yojimbo para a outra protagonista, Rin Asano, uma jovem garota de 14 anos, que busca vingança após seu pai e mãe serem mortos pelo Dojo rival Itto-Ryu, onde o lider do Dojo, Kagehisa Anotsu, estava se vingando do Dojo da família de Rin, o Mutenichi-ryu, uma vez que uma rixa havia sido criada ao seu avô ter sido expulso pelo bisavô de Rin. Outros personagens de destaque são Makie Otono-Tachibana, uma mulher nascida em uma família de samurais, muito talentosa na esgrima, porém, por ser mulher não podia ocupar tal posto. A personagem tem uma forte ligação com Anotsu que tem interesse nas habilidades dela. Podemos observar uma questão de gênero sendo levantada a partir dessa personagem, visto que no passado trabalhou como prostituta. Em uma das cenas do mangá, a personagem chega a cortar seus longos cabelos, e os homens que a acompanham na cena a tratam como se agora o valor dela fosse diminuído, como uma perda de sua beleza e feminilidade.

Outro personagem de destaque é Taito Magatsu, um homem nascido camponês com ótimas habilidades de espadachim, porém que sente ojeriza por toda classe dos samurais e o que ela representa, dado que, quando criança, um samurai matou sua irmã em sua frente, apenas porque ela parou em seu caminho. Em sua luta com Manji, ele compartilha o acontecido e esse ressentimento. Manji por outro lado, mesmo tendo nascido samurai faz constantes críticas a sua classe, chegando inclusive a indagar sobre sua importância e seus comportamentos, como o de lealdade e obediência absoluta.

Manji possui essas questões pois matou seu senhor ao descobrir que os camponeses que ele matava a mando de seu senhor, eram apenas pessoas que não queriam pagar impostos abusivos. Assim, ele se revolta ao constatar que matava inocentes e comete seu crime. Manji acaba verbalizando toda essa situação ao ser confrontado por um samurai que ele estava duelando. Seu adversário diz que não é dever dos samurais questionar, e sim servir.

A obra possui diversos momentos de críticas a conduta e tradições dos samurais, desde a questão de gênero com o caso da personagem Makie Otono-Tachibana, até a questão de classe com o personagem Taito Magatsu, e também o próprio Manji, uma vez que sua motivação para matar seu senhor foi o fato do abuso que ele fazia contra os menos afortunados e abaixo dele hierarquicamente. Manji ainda vai além ao confrontar ideias como honra e vingança.

Figura 1 "Blade, a Lâmina do Imortal". SP: Editora JBC, 2015, volume 1

 

Como podemos observar na imagem, Manji não possui a aparência tradicional de herói, como limpeza, traços finos e joviais. Ele aparenta ser muito mais um vilão, tanto visualmente quanto em atitudes, posto que diversas vezes no mangá ele é grosseiro, antiético, trapaceiro, e possui hábitos nojentos. Manji é a antítese do cidadão exemplar confucionista que é uma das primeiras bases do bushido, ao qual ele aparenta ser uma crítica tanto visual quanto na mentalidade.

A obra é marcada de críticas aos samurais tradicionalmente representados como heróis, os arautos da moral e da ética, modelo do bushido. Como pode se notar a partir disso um discurso subversivo em relação aos usos do bushido para validar instituições japonesas como exército, governo e até o capital, e também para validar comportamentos. Levantando questões de classe, gênero, e até mesmo sobre obediência e lealdade, a obra acerta em cheio na sua crítica os alicerces do retrato do bushido, se utilizando do próprio código de honra para fazer uma desconstrução do mesmo.

Concluindo, a partir dessa obra podemos analisar uma visão crítica da representação dos samurais, do bushido, e também podemos levantar discussões sobre a década de 90 no Japão, uma vez que a obra representa discussões da sua contemporaneidade, mesmo que buscando representar um momento histórico, pois as representações dizem mais sobre sua própria época, do que a época que buscam representar.


Referências

Estudante de História na Universidade Estadual de Londrina, e participante do Laboratório de Pesquisa Sobre Culturas Orientais  - LAPECO 

Fontes:

SAMURA, Hiroaki. Blade - Lâmina do Imortal. SP: Editora Conrad, 2004.

Bibliografia:

BENESCH, Oleg. Inventing the Samurai Way. Nationalism, Internationalism, and Bushido in Modern Japan (2014).

HENSHALL, Kenneth G. A History of Japan. From Stone Age to Superpower-Palgrave Macmillan (1999).

HIRATA, Y. O destino do “Espírito Japonês”. Estudos Japoneses, n. 18, p. 23-35, 11.

HOBSBAWN, Eric. A Invenção das Tradições (1997).

LUYTEN, Bibe, Sonia. Mangá: O Poder dos Quadrinhos Japoneses, 1991.

LUYTEN, Bibe, Sonia. Onomatopeia e Mimesis no Mangá, REVISTA USP, n. 52, p. 176-188 - 2001-2002.

MACWILLIAMS, W, Mac. Japanese Visual Culture. Explorations in the World of Manga and Anime (2008).

MEIRELES, Martins, Selma. O Ocidente Redescobre o Japão: O Boom de Mangás e Animes. Revista de Estudos Orientais n. 4, pp. 203-211 - 2003.

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Revista de Estudos Históricos, Rio de Janeiro. n. 3, v. 2. p. 3-15. 1989.

POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Revista de Estudos Históricos, Rio de Janeiro. n. 5, v. 10. p. 200-212., 1992.

Revista Quadreca, Vol.4, 1978.

SUGIMOTO, Yoshio. The Cambridge Companion to Modern Japanese Culture (2009).

Filmes:

Os Sete Samurais. Direção: Akira Kurosawa. Japão: Toho, 1954.

HARAKIRI. Direção: Masaki Kobayashi. Japão: Shochiku, 1962.

FORTALEZA Escondida. Direção: Akira Kurosawa. Japão: Toho, 1958.

YOJIMBO. Direção Akira Kurosawa. Japão:  Toho, 1961.

Sites:

Editora Dark Horse, 2021. Disponivel em:  <https://web.archive.org/web/20061210211928/http://libraries.darkhorse.com/news/awards.php>

Editora JBC, 2021. Disponível em: <https://editorajbc.com.br/mangas/colecao/blade-a-lamina-do-imortal/>.

Japan Media Arts Plaza, 2021. Disponivel em: <https://web.archive.org/web/20061222104043/http://plaza.bunka.go.jp/english/festival/backnumber/9/sakuhin/mugen.html>

8 comentários:

  1. Olá Matheus
    Parabéns pelo seu texto, antes da minha pergunta vou contar o que me levou a essa obra também, essa ideia de rebeldia como figura de um guerreiro oriental me fez buscar o tema. Sou professor do Ensino Fundamental e já passei a alguns alunos essa obra, mais como forma de que eles buscassem novos conhecimentos e aprendessem sobre o Oriente.
    Mas por ser muito diferente do que eles tem como sociedade, afinal o ocidental prevalece. Mas alguns estão ainda procurando outras obras mais simples para poder compreender melhor, como diz um aluno "Samurai X é mais fácil de entender".
    Com base nos seus estudos essa diferenciação do Oriental e Ocidental não é o motivo de pouco interesse nessas obras?

    Anderson da Silva Schmitt

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    1. Olá Anderson
      Muito obrigado pela sua pergunta! eu acho que o pouco interesse nessas obras é mais por causa de que elas não são muito divulgadas aqui no ocidente, Samurai x por exemplo passou na TV aberta aqui no Brasil, foi um dos pioneiros nos animes. E especificamente sobre Blade, pelo fato da obra ser direcionada a um público mais velha, e pelas questões e debates que ela busca levantar, é necessário 1 conhecimento prévio das questões, e algumas até mesmo particulares ao Japão e sua história.

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  3. OI Matheus! Muito legal pensar sobre Blade. Gostei muito do seu texto. Fiquei pensando se Blade provocou alguma discussão ou engajamento em torno desse movimento de questionar a figura do samurai clássico, no Japão ou fora dele?
    Obrigada!
    Att,
    Janaina de Paula do Espírito Santo.

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    1. Muito Obrigado pela sua pergunta! Até agora pelo que venho pesquisando, a obra provocou um maior engajamento, porém as discussões presentes na época antecedem o mangá creio eu. Oriundo muito da quebra de imagem que foi na socieade japonesa da passagem da década de 80 para a de 90. Considero Blade mais um catalisador, afinal foi bastante inovadora em vários sentidos e levantou várias pautas, principalmente se comparar com outros mangás como samurai x, podemos perceber como que ambas obras quase que se antagonizam nessa discussão.

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  4. Boa tarde, Matheus!
    Muito legal seu texto e sua escolha de fonte, até onde me lembre, nunca vi uma análise sobre Blade. Eu já vinha pesquisando esta temática que você está trabalhando, a de samurais e mangás, que gerou uma dissertação nomeada de “A Espada é o Centro da Vida”: O Imaginário dos Samurais no Mangá Vagabond (1996-2007), que está disponível no repositório institucional da UFPel. Talvez a minha pesquisa possa te ajudar em algumas questões, seja em historiografia ou com alguma discussão mais específica.
    Qualquer coisa em que eu puder te ajudar, só entrar em contato meu email é lucasmarquesmotta@gmail.com
    Att.
    Lucas Marques Vilhena Motta

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