Isabella dos Santos Daiub

MULHERES NO CURDISTÃO: PROTAGONISMO EM TODAS AS DIMENSÕES DA REVOLUÇÃO


No final da segunda década do século XXI as Unidades de Defesa das Mulheres (YPJ) ganharam notoriedade ao desempenharem um papel decisivo na liberação de territórios importantes na Síria, como Kobanî e Raqqa. Para Abdullah Öcalan, “O século XXI deve ser a era do despertar, a era das mulheres liberadas e emancipadas”, ele justifica isso por ver na liberdade da mulher a força da civilização democrática contra a construção de dominação masculina,

 

“É realista considerar nosso século como o século no qual a vontade da mulher livre florescerá. Por isso, é preciso estabelecer instituições permanentes para a mulher e mantê-las durante, talvez, um século. São necessários Partidos para a Liberdade da Mulher. É vital também que se formem círculos ideológicos políticos e econômicos fundamentados na liberdade da mulher. ”( ÖCALAN, 2016, p. 74)

 

Essas instituições permanentes podem ser vistas sendo construídas ao longo das 4 décadas da história do movimento das mulheres curdas, que se formou das marcas que envolvem a luta de libertação nacional, desde as assimilações, das dores e do genocídio até a compreensão da identidade curda, da resistência e do sentimento de proteger a terra/pátria, a welatparêzî. As atividades das mulheres curdas foram amplas e contribuíram para a implementação da atual Administração Autônoma do Norte e Leste da Síria e dentro dela, o desenvolvimento de projetos atentando a diferentes dimensões das necessidades das mulheres na região.

Por isso é verdade dizer que enquanto os grupos das esquerdas curda e turcas se formavam durante a segunda metade do século XX, as mulheres curdas estão presentes em redes de relacionamentos e são diretamente afetadas nos momentos de censura e rebelião. Redes de relacionamento que se modificam ao longo dos anos em efeito das políticas de pertencimento, passando por diversas circunstâncias que as fazem não só se adaptarem, mas a se aprimorarem para determinados momentos, fornecendo um histórico de experiências útil para a eficiência das atuais instituições. Então essas redes de relacionamento de mulheres estão presente em todas essas décadas da luta de libertação, seja dentro dos quadros revolucionários curdos ou entre os deslocamentos das populações – e tudo que é razão e efeito deles.

A questão curda na contemporaneidade se constrói em torno da demarcação das fronteiras após a Primeira Guerra Mundial, quando os curdos são excluídos e perde a oportunidade da criação de seu próprio estado. Nesse momento não se existe a consciência curda como uma identidade, que é construída ao longo do século XX muito em resposta aos processos de assimilação que são submetidos em diferentes políticas de pertencimento entre os Estados que ficaram divididos. A questão da mulher na construção nacional deve ser considerada especialmente pelo seu papel como reprodutora biológica e cultural da nação, nesse contexto, a mulher curda, portanto, é uma ameaça para a perpetuação da nação – turca, iraquiana, iraniana ou síria, entre as gerações e é o principal alvo da assimilação cultural.

 

Saturday Mothers: Para ilustrar os efeitos psicossociais e materiais e as diferentes atitudes que um governo pode ter em relação a mulher e o papel de gênero/reprodutivo para garantir a manutenção de seu projeto de Estado Nacional as mulheres do protesto Saturday Mothers podem mostrar as dimensões desses efeitos e atitudes. O Saturday Mothers é um protesto que ocorre todos os sábados ao meio-dia no centro de Istambul em que parentes de desaparecidos e de mártires se reúnem durante meia hora segurando o retrato dos filhos do Curdistão. Esse protesto é um gesto repetitivo contra uma política de Estado que perpassa gerações das famílias das minorias étnicas e religiosas em uma ininterrupta violência.

O sábado 1 foi em 27 de maio de 1995 onde cerca de trinta mães protestaram pela primeira vez no bairro Galatasaray em Istambul denunciando o desaparecimento de seus filhos presos sob custódia do Estado em um momento de intensificação da perseguição aos partidos políticos curdos após o golpe militar em 1980. Com o passar dos sábados a Praça Taksim começou a ser rodeada por centenas de mulheres e o governo, que não poderia mais ignorar a essas mães respondeu repreendendo com violência a ponto que em 1999, por decisão das mulheres que organizavam as reivindicações foi interrompido pelas intervenções policiais sob o pretexto de que aquele protesto, aquela denúncia e aquelas mulheres são ameaças para a unidade da identidade nacional turca.

Atualmente o protesto já passou do sábado 800, desde 2018 as mães estão proibidas de se reunirem na praça e constantemente são alvos de ações policiais e processos judiciais. Mas isso não impede as mães, filhas e viúvas de continuarem denunciando os abusos do Estado. A perpetuação da violência contra as minorias étnicas é ininterrupta a ponto de que nenhuma geração, mesmo em diáspora tenha vivido em segurança espacial e todas possuem as mesmas feridas constantemente mexidas.

O final do século XX foi cruel com os curdos tanto no Iraque com o regime do Partido Ba’ath durante os anos de Saddam Hussein quanto na Turquia após o golpe militar em 1980 e todo o sangue derramado e os corpos enterrados acompanham as famílias de minorias étnicas ou religiosas seja por novos traumas infligidos ou pelas cicatrizes deixadas nesses anos de massacres. 

Famílias por todo o Curdistão passam décadas em busca de restos mortais de seus filhos, incluindo corpos de crianças, cobram do governo por pelo menos recurso para as buscas e fazem suas próprias investigações com o apoio de organizações criadas para esses fins. Mesmo após mais de vinte anos valas coletivas, poços de ácido ou corpos jogados de helicópteros nas montanhas são encontrados acendendo esperança de enfim poder sepultar o parente assassinado ou decepção de mais uma vez reviver as memórias sem encontrar um conforto.

Halabja, no Iraque passou a ser conhecida como a Cidade dos Mártires após um dos pelo menos 320 massacres durante a operação Anfal entre 1986 e 1988. Os mártires do Curdistão são homenageados cotidianamente em cada ação de resistência, são símbolos nacionais dos curdos. Suas fotos estão sempre presentes nos protestos e seus nomes nos discursos dos sobreviventes. A luta em boa parte é por eles.

Mas o aspecto ideológico dessas buscas e do sentimento de resistir não pode ser considerado homogêneo e universal. E assim como a revolta produz protestos como as Saturday Mothers de Istambul, outros sentimentos podem produzir manifestações dentro dos limites estatais, buscando respostas e conforto a quem lhe impôs o destino de ser outro. No dia 9 de julho (2021) circularam entre os meios de comunicação turcos imagens do presidente Tayyip Erdoğan em Diyarbakır, centro histórico e cultural curdo, visitando e elogiando um outro grupo de mães curdas que protestam aos sábados contra o PKK para que seus filhos, que provavelmente foram para a guerrilha, voltem para casa.

Parte da cobertura midiática, que atende as cobranças do governo, divulgou imagens dessas mães explorando com sensacionalismo acusando o PKK de sequestrar jovens para usá-los como armas. Nas imagens de Erdoğan com as Mães de Diyarbakır é retratado que elas se apegaram ao discurso do Estado, agradecem pela visita, se sentem ouvidas, se confortam e se revoltam contra seu passado, abraçam a uma bandeira vermelha onde não há lugar para as cores do Curdistão e que é tingida de sangue.

Fica evidente assim os efeitos e as atitudes que um governo pode tomar enquanto e por onde perpetua a sua soberania. O encontro com as Mães de Diyarbakır é mais uma violência contra as mães que se levantam contra as ações militares e a etnocracia. A visita foi mais um recado para elas não se rebelarem, dessa vez não proferido por bombas, cassetetes e processos. Se as mães, filhas e viúvas curdas querem viver em paz devem arcar com a consequências do passado e do presente de reivindicarem a identidade curda. Pois afinal, nesses limites do Estado, o Curdistão não existe.

Eren Keskin: Os grupos e organizações de assistência jurídica às vítimas das violações de direitos humanos podem ser representados por Eren Kerkin, advogada e ativista, vice-presidente da Associação dos Direitos Humanos da Turquia. Em 1995, após ser condenada a seis meses de reclusão por usar a palavra “curdistão” em uma matéria de jornal, fundou em 1997 um projeto Assistência Jurídica Para Mulheres que Foram Abusadas ou Estupradas pelas Forças de Segurança Nacional, atualmente ela também está relacionada como fundadora do Gabinete de Assistência Jurídica Contra o Assédio Sexual e Estupro Sob Custódia e é membro fundadora da Fundação de Direitos Humanos da Turquia, projeto de reabilitação e tratamento para sobreviventes de torturas.

Em 2003 mais uma represália por a palavra “curdistão” em um artigo de jornal, ficando um ano impedida de exercer sua profissão. Desde 2016, após a intensificação de prisões de ativistas pró-curdos ela tem sido alvo do governo, em fevereiro de 2021 foi condenada à seis anos e três meses de prisão por associação ao terrorismo, tendo recorrido ao processo estando aguardando o julgamento em liberdade.

Sakine Cansiz: Sakine Cansiz por si só é um símbolo nacional de resistência curda. Ela foi uma das duas únicas mulheres participantes do congresso inaugural do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Se tornou esse símbolo de resistência especialmente durante os 12 anos em que esteve presa, passando por diversos presídios turcos durante a década de 1980. Os relatos de quem compartilhou cela com ela contam como Sakine realmente foi uma figura central para manter a energia e a força entre os presos políticos e incentivava a formação de redes de solidariedade e resistência.

Nascida em uma família alevi em Dersim, os seus pais são filhos do massacre de 1938, então apesar de não terem desde sempre uma consciência curda formada, como uma orientação, a família de Sakine foi marcada por esse evento como ela relata no primeiro dos três volumes de suas memórias escritos entre 1996 e 1997. Durante a sua juventude ela entra em contato com os estudantes da esquerda revolucionária que seguiam Abdullah Ocalan tendo a sua consciência curda despertada nos encontros de conversas e debates sobre a cultura e a história do Curdistão que o grupo de Apo realizava.

Até então ela não havia aderido a nenhum movimento apesar de participar dos protestos estudantis e durante essas conversas encontrou a ideologia que estava procurando e seguiu com esses revolucionários fundando o PKK em 1978, onde passou a reivindicar por espaço de representação e participação para as mulheres, incentivando-as a entrarem na causa revolucionária, a desafiarem os papéis de gênero dentro dos partidos políticos, na guerrilha e na vida. Em 2013 foi assassinada junto a Fidan Dôgan e Leyla Soylemez em Paris, desencadeando protestos no Curdistão e na Europa, e suas imagens estão sempre presentes nas celebrações e nas manifestações.

Leyla Zana A mãe do povo curdo é Leyla Zana, que em 1991 foi a primeira deputada curda eleita para o parlamento turco. É casada com Mehdi Zana, que foi prefeito de Diyarbakır e preso político durante a década de 1980, durante esse tempo Leyla se tornou ativa na defesa dos direitos dos presos políticos. Após a vitória eleitoral e de seus comícios expressivos, tornou-se alvo do governo turco, depois de uma viagem diplomática perdeu a imunidade parlamentar e então foi condenada por uma atitude durante o juramento de sua posse, quando incluiu a defesa do povo curdo em sua fala. A condenação por pena de morte também teve como justificativa a associação ao PKK, mesmo que fizesse parte do Partido Popular Social-Democrata, ela e outros deputados recorreram e por mim foi sentenciada há 10 anos de reclusão, tendo saído em 2004.

Zehra Doğan: Zehra Doğan nasceu em 1989 em Diyarbakir, no Curdistão turco. Cresceu presenciando a perseguição às lideranças curdas, assassinadas, presas ou exiladas. Reconhecendo desde a sua infância a assimilação imposta e a ameaça que a sua existência como uma mulher curda representava para o governo turco. Mesmo tendo aprendido sobre os perigos de se posicionar, decidiu caminhar para a profissão que desde criança conhecia pelo risco mortal por um jornalismo comprometido com a arte e com a política. Estudou belas artes na faculdade e aos 23 anos colaborou para fundar o primeiro veículo de comunicação formado apenas por mulheres da Turquia, a maioria jovens de origem curda. A mensagem da JİNHA (Jin News Agency) era poderosa, “Nós estamos mudando a linguagem da comunicação. A imprensa mundial nunca mais será a mesma depois de nós”. E não foi.

Em 2016, após uma tentativa de golpe militar – possivelmente falsa, o governo de Tayyip Erdoğan perseguiu seus opositores sob o pretexto de manter a ordem dentro da política da República da Turquia. Um terço da população carcerária de mulheres jornalistas do mundo estava detida na Turquia, entre elas Zehra Doğan acusada de filiação a terrorismo e por propaganda subversiva ao postar em suas redes sociais um desenho digital reproduzindo a uma foto oficial de uma atividade do Exército em Mardin, no distrito de Nusaylin durante os meses do toque de recolher.

Antes desse evento Zehra já havia sido premiada por uma reportagem onde relatou a situação das yazidis que vivenciaram a invasão do Daesh na região das montanhas de Sinjar em 2014. Na prisão escreveu muitas cartas e entrou em um processo de escrita e de criação diferente. Como ficou restrita aos materiais para pintar, passou a improvisar as telas com jornais, lençóis, caixas de cigarro, fronhas; criava a pigmentação com restos de alimento, fezes de pássaros, sangue menstrual, frutas amassadas e com o que mais pudesse tirar cor; e os pincéis eram feitos de penas de pombos e mechas dos cabelos das companheiras em detenção.

Usando a arte como artifício para dar voz às mulheres enclausuradas faz com que Zehra mostre pelos mesmos meios ao que se insere a sua própria existência, permitindo a presença múltiplas faces nos retratos por ela desenhados com materiais improvisados dentro de sua cela. Entre as histórias contadas pelos olhos arregalados de quem testemunhou o desumano está a de mãe Sisê, uma idosa de 85 anos de quem Zehra desenha um retrato segurando um bebê de dois anos, Dersim, filha de outra prisioneira.

Mãe Sisê foi detida durante as operações de 2016 no município de Muş sob acusação de associação terrorista ao PKK, tragédia que condena inúmeras vidas de civis que em nada se envolveram com atividades políticas ou militares pró-curdos, mas no fim apoiam essas ações a partir do momento em que percebem quem são os culpados e os motivos de seus infortúnios. A criança do retrato representa a população de crianças que vivem cercadas pelos muros e o único contato com a vida e com a natureza são os pássaros que voam no céu acima do presídio. Nunca viram os campos e as montanhas do Curdistão e sonham junto com suas mães por uma possibilidade de serem realmente livres. Em entrevista, Zehra conta que ao ser liberada do presídio em 2019 foi acompanhada até onde pode pelas vozes das crianças gritando “Zehra, Zehra, você vai ver as árvores, as crianças e os pássaros agora! Faça seus desenhos e mande-os para nós!”

Jinwar: Mas onde estão essas árvores e os pássaros? Se a política autoritária dos estados é intensificada, o que essas crianças podem encontrar? Mesmo sob a constante ameaça do exército turco, das facções fundamentalistas e da hegemonia masculina capitalista no Curdistão, na Administração Autônoma jardins estão ganhando vida à espera das crianças do Curdistão.

Um desses lugares é Jinwar, a vila das mulheres livres, que foi inaugurada no Dia Internacional do Combate a Violência Contra a Mulher, 25 de novembro de 2018 em uma festa “celebrando a vida livre e comunitária das mulheres” onde os convidados, nas palavras da publicação no facebook sobre e inauguração foram “curdos, árabes, assírio-sírios, armênios, espanhóis, alemães, franceses, suíços e outros convidados se reuniram em Jinwar para passar o dia juntos. Pois Jinwar é uma aldeia da Nação Democrática”. O Comitê da Vila foi formado em 2016 em uma reunião da KongraStar com o objetivo de criar um lugar para acolher a capacitar mulheres afetas pela guerra. Esse contexto desses anos também remete ao momento em que as mulheres estão se empenhando para atender as necessidades dos sobreviventes da invasão do Daesh com apoio material e psicológico.

O objetivo da vila era então um lugar para as mulheres e crianças que precisaram ou quiseram sair de casa e proporcionar um ambiente onde fosse possível reverter as sequelas dos conflitos presenciados e recapacitá-las incentivando o autoconhecimento e a criação de uma economia comunal e ecológica tratando dos problemas decorrente da descriminação de gênero como sistemáticos e não como patologias. A vila tem como principal fonte de resistência e de autodefesa a educação. Por isso a escola é o seu grande orgulho e é destacada em publicações seguintes de alguma outra sobre as denúncias sobre bombardeios próximos a cada avanço do exército turco.

Tudo é construído baseado no autoconhecimento e no trabalho comum assumindo responsabilidades na organização da vida em comunidade. Ela é autossuficiente e atualmente a sua maior ameaça é a proximidade com a fronteira da Turquia.

 

Conclusão

A cada mulher revolucionária existe uma história em que a Autoridade pretende apagar. A mulher curda possui um rosto em cada esfera da ação política, foram décadas na luta de libertação nacional e de viabilizar as questões femininas. Sakine Canzis na guerrilha, Leyla Zana no Parlamento, Eren Keskin como advogada dos direitos humanos, Şebnem Korur Fincancı na medicina legal, Zehra Doğan na arte, esses são apenas os nomes mais conhecidos para demonstrar como as mulheres foram ativas em vários meios contribuindo para possibilitar o que hoje existe na Administração Autônoma, e são com as experiências das mulheres que a jineolojî desafia as ciências sociais e a racionalidade tradicional.

 

Referências

Isabella dos Santos Daiub – Mestranda pelo PPGHIS/UFRJ e bolsista da CAPES

BAYDAR, Gülsüm; İVEGEN, Berfin. Territories, Identities, and Thresholds: The Saturday Mothers Phenomenon in İstanbul. Journal of Women in Culture and Society, Chicago, v. 31, ed. 3, 2016.

CANSIZ, Sakine. Sara: My Whole Life Was a Struggle. Londres: Pluto Press, 2018.

DIYAR, Zîlan. What is Jineoloji? Komun Academy, S/L, 27/06/2018. Disponível em https://komun-academy.com/2018/06/27/what-is-jineoloji/ acesso em 10/08/2021

MCDOWALL, David. A Modern History of the Kurds. Londres: I.B. TAURIS, 2007

ÖCALAN, Abdullah. Libertando a vida: a revolução das mulheres. São Paulo: Fundação Lauro Campos, 2016.

RIBEIRO, Maria Florencia Guarche. A Jineologî como uma contribuição à epistemologia feminista: um debate desde a perspectiva das mulheres curdas. Peru: XXXII Congresso Internacional Alas, 2019.

YUVAL-DAVIS, Nira. Gender and Nation. Londres: SAGE Publications Ltd, 1997.

 

Referências online

https://bianet.org/biamag/gender/136800-jinha-turkey-s-first-women-s-news-agency, acesso em 23/09/2021

https://hyperallergic.com/486421/artist-and-journalist-zehra-dogan-released-from-turkish-jail-after-nearly-three-years/, acesso em 23/09/2021

https://bianet.org/english/freedom-of-expression/205808-journalist-zehra-dogan-released-sise-bingol-says-i-will-stand-upright-on-my-feet, acesso em 23/09/2021

Publicação da página do facebook Gundê Jinwar do dia 26 de novembro de 2018 em https://www.facebook.com/gundejine/posts/1374077452728028 acesso em 10/08/2021, acesso 23/09/2021

5 comentários:

  1. Boa tarde eu quero parabenizar a autora Isabella dos Santos Daiub, pelo seu artigo intitulado “mulheres no curdistão: protagonismo em todas as dimensões da revolução”, que aborda que no final da segunda década do século XXI as Unidades de Defesa das Mulheres (YPJ) ganharam notoriedade ao desempenharem um papel decisivo na liberação de territórios importantes na Síria, como Kobanî e Raqqa. Para Abdullah Öcalan, “O século XXI deve ser a era do despertar, a era das mulheres liberadas e emancipadas”, ele justifica isso por ver na liberdade da mulher a força da civilização democrática contra a construção de dominação masculina. Assina Francielcio Silva da Costa.

    Qual a relevância de Sakine Cansiz para o povo curso?


    Comente a respeito de Leyla Zana?

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    1. Olá, boa noite. Muito obrigada!
      A Sakine Cansiz, como eu disse, ela são só é um mártir como é um símbolo da luta Curda. Nos anos em que ela passou presa na década de 1980 ela foi importância como um símbolo de resistência e união entre as mulheres dentro de presídio. As curdas contam a história a considerando representante de uma vanguarda de mulheres que descobriram o poder de organizando em redes de solidariedade para resistir às torturas dos agentes turcos. Já nessa mesma época, Leyla Zana havia se casado há poucos anos com Mehdi Zana (com 15 ou 16 anos em 1973) quando ele foi preso, então ela começou a se mobilizar com esposas e mães de outros presos políticos nos protestos e greves fora das prisões. A partir de então ela passou também lutar pela participação política das mulheres e em 1991 foi eleita ao parlamento turco.

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  2. Saudações Isabella Daiub! As “guerreiras curdas do YPG” foram e são de funadamental importância para o combate ao Daesh, grupo este que usa de extrema violência contra seus opositores. É importante salientar que o YPG não se limitou só ao combate do Daesh, mas continua em atividade contra possiveis atrocidades praticadas pelos governos turco e sirio que buscam reprimir qualquer forma de independência do povo curdo no que se refere a delimitação de uma nação ou território próprio. A quem devemos indicar como responsável pela coragem e valentia das mulheres da YPG diante de perigos constantes e iminentes num campo de batalha?

    CLÉSIO FERNANDES DE MORAIS

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    1. Olá, boa noite!
      Sim, é muito importante salientar isso especialmente pelo contexto em que estamos vivendo que está reanimando certos discursos orientalistas da guerra ao terror, especialmente no que se trata sobre a mobilização de símbolo femininos!!
      Quanto a sua pergunta não sei se cabe pensar em um 'responsável pela coragem e valentia' e sim nos responsáveis pelo extermínio étnico e pela vulnerabilidade imposta pelas políticas globais, como também para colocar essa pergunta assim devemos não cometer o erro de universalizá-las como mulheres vítimas. Mas se formos pensar no que "inspira" a mulheres do YPJ, imagino que podemos lembrar dos princípios ideológicos da Nação Democrática por uma mentalidade livre do sexismo, da dominação e das dualidades em coerência com a terra em que vivemos.

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