Amanda de Morais Silva

 MATERNIDADE NA COREIA DO SUL: A MULHER E OS PAPÉIS DE GÊNERO


Introdução

De acordo com o relatório do ano de 2021 do World Economic Forum’s Gender Gap [WORLD ECONOMIC FORUM, 2021, p.10], que se preocupa em medir as disparidades de gênero em questões de educação, saúde, economia, mercado de trabalho e empoderamento político, a Coreia do Sul ocupa o 102º lugar numa relação de 156 países avaliados. Apesar de mostrar-se uma nação com grande performance em desenvolvimento econômico, os avanços referentes à garantia plena da igualdade de gênero no país ainda são questões debatíveis na esfera pública e privada. Não há de se negar, no entanto, importantes transformações em direção a essa equidade e à proteção da vida da mulher, como a recente descriminalização da prática do aborto, em 01 de janeiro de 2021 [SOUTH…, 2021], e a abolição do sistema Hoju da Lei Civil sul-coreana em 2005, após 52 anos de vigência, entendido como registro familiar coreano que estabelecia um “chefe de família”, majoritariamente representado pela figura masculina [YANG, 2013].


Levando em consideração o impacto que tais mudanças nos direitos das mulheres provocaram na vida social, econômica e politica do país, nota-se a importância em situar a mulher sul-coreana diante das formas de violência de gênero que lhes são infligidas. Isto é, há de se notar que tais avanços parecem realçar as relações de poder que giram em torno da ideia de maternidade e do exercício da mulher na função de mãe e esposa no seio familiar. A instituição familiar e as dimensões que esta alcançou para o condicionamento da situação social da mulher na Coreia do Sul carrega interessantes reflexões, feitas, inclusive, no âmbito jurídico e jurisprudencial no caminho de se ponderar sobre a consolidação de um movimento feminino e feminista mais acentuado no país.

 

Discriminação de gênero e família patriarcal

No passado histórico da Coreia do Sul que remete às influências graduais do Confucionismo na sociedade coreana, podem-se ser traçados pontos de impulsionamento da ideia da mulher enquanto figura que é conectada ao ambiente doméstico e à organização familiar [YANG, 2013, p. 53]. Durante a Dinastia Joseon [1392-1910], reformas sociais, políticas e econômicas foram idealizadas para a transformação do reino em uma sociedade que adotava termos de uma cultura Confucionista, ou mesmo neo-Confucionista, mesmo que indiretamente, por meio da mudança de hábitos sociais e das relações de parentesco em relação às convenções de gênero [YOO, 2008, p. 27].

 

No período Joseon, as relações eram definidas conforme “graus de dignidade” entre classes, idade e sexo, de forma a serem enfatizados imperativos morais como separação de funções entre marido e esposa e autoridade parental concentrada na figura masculina. A construção de graus hierárquicos entre os indivíduos conforme a classe que ocupavam trazia implicações na divisão e na ocupação da esfera pública e da esfera privada por homens e mulheres. No período Goryeo [918-1392], precedente ao Joseon, também por influências do Budismo, as mulheres ocupavam a esfera pública, exercendo funções em templos, por exemplo, e a elas eram reconhecidos direitos de herança e de casamento, não sendo este último uma instituição compulsória e determinante para a qualidade de vida da mulher, tal como iria se tornar séculos mais tarde [YOO, 2008, p. 18-19]. Com o desenvolvimento da visão Neo-Confucionista, que se atrelava ao ideal de racionalidade e ordem, a ingerência dos governantes sobre a família tornou-se quase imperativa, de forma a tornar a instituição familiar a pedra angular que determinava a estabilidade do reino como um todo. Neo-Confucionistas, também contemporaneamente chamados de tradicionalistas [YANG, 2018, p. 79], discutiam a importância dos ritos da vida familiar, como o casamento e o funeral, que determinavam as relações dentro da esfera doméstica, mas também eram vistos como os pilares centrais da estabilidade da esfera pública. Seguindo essa mentalidade, a hierarquia familiar e a noção de ordem que detonava ganhou traços mais definidos pela garantia de prerrogativas aos dirigentes da estrutura patriarcal familiar, de modo a assegurar a subserviência da mulher, que agora via sua posição social e legal deteriorar-se, através do que se chamavam “as três obediências”: a obediência ao pai, a obediência ao marido e a obediência aos filhos, dando preferência à primogenitura masculina na concessão de direitos de propriedade e de herança. Como consequência da deterioração do status econômico da mulher, esta tornava-se dependente do relacionamento firmado com seu marido [YOO, 2008, p. 19-20].

 

Apesar da importância dada ao papel do casamento na consagração de uma “harmonia” entre famílias, o propósito do casamento apoiava-se na “continuação da prole” do líder da família, que, não é demais afirmar, consistia na figura masculina, representante do sistema patriarcal que gradualmente assentava raízes no país. Em função da perpetuação desse sistema, o casamento era o requisito e o instrumento mediador da manutenção dessa linhagem, e a mulher recaía em suas características biológicas para garantir a sucessão masculina, a qual, a este ponto, quando posta em ordem, representava prestígio e honra para o lar [YOO, 2008, p. 22]. Pode-se afirmar, nesse sentido, que atribuía-se, de certa maneira, importância para a posição da mulher na família. Contudo, ao sinal de impedimentos na perpetuação da prole com primogênitos, tais mulheres tinham seu valor diminuído, considerando sua “inutilidade” para a continuação da linhagem patrilinear. Isso se constatava pelo que se chamava de “as regras dos ‘sete males’”, que comportavam, além do adultério e de demonstrações de ciúme, a incapacidade de gerar um filho homem [YOO, 2008, p. 23].

 

A liberdade da mulher nesse período, no entanto, apesar de enfrentar uma divisão estrita de sexos em nome da moralidade Confucionista, não era heterogeneamente restrita. Isso porque, apesar da influência da mentalidade tradicionalista na preparação da mulher no processo de tornar-se esposa e, como consequência, mãe, essa liberdade flexionava-se conforme a classe social em que se situava. Mulheres de camadas mais altas na sociedade tendiam a sofrer mais intensamente com restrições de direitos, enquanto mulheres de camadas mais baixas ainda detinham certos direitos à liberdade pessoal e ao acesso à esfera pública, como mercados e campos, em razão de seus trabalhos, não obstante também enfrentarem tabus como restrições de casamento impostas a mulheres viúvas [YOO, 2008, p. 27-29].

 

Frente a tais contingências, a mulher coreana encontrava brechas na rigidez do regramento da sociedade patriarcal como forma de resistência e guarda de certo poder no seio familiar. Essa dinâmica podia ser vista na relação cultivada entre mãe e filho, haja vista que, além do papel afetivo da genitora e de ser ela a responsável pela continuação da herança patrilinear, a mãe controlava as atividades domésticas, a educação dos filhos e filhas e questões que envolviam a preparação deles para a vida adulta. A mulher, nesse sentido, no âmbito doméstico, operava como base moral constituinte do caráter de seus descendentes, e a maternidade ultrapassava os limites de uma “simples” relação entre mãe e filho [YOO, 2008, p. 30-31].

 

Transformações da maternidade

Criou-se, segundo determinavam os padrões coreanos permeados pela ideologia Confucionista, o ideal de ‘boa esposa, mãe sábia’, ou 현모양처 [hyeonmo yangcho], que passou a consolidar-se como um aspecto peculiar da cultura coreana, com o que se alega o afrouxamento de um patriarcado tão restrito [YOO, 2008, p. 33]. Por tais lentes, e diante das contradições dos ideais Confucionistas, a mulher, mesmo submissa ao sistema patriarcal, era também uma figura de forte influência na vida cotidiana familiar. Afirma-se mesmo o fortalecimento dos meios de empoderamento da mulher conforme desenvolvia-se o empoderamento da posição de mãe. Curiosamente, ainda hoje, pesquisas de campo que buscaram investigar a qualidade de vida da população da Coreia do Sul, de acordo com a ótica de gênero, evidenciaram que a atribuição subjetiva das mulheres a uma vida de qualidade pôde ser mais fortemente identificada entre a parcela da população feminina casada [LEE, 1998, p. 44-47].

 

Nesse sentido, dadas tais aberturas para a consolidação de um poder de agência mais sólido na família, mulheres resistiam sob reivindicação do fornecimento de educação para o melhoramento de seu status social – especialmente entre classes da elite civil e militar, chamados de yangban, e de mercadores, agricultores e artesãos, chamados yangmin [YOO, 2008, p. 18]. O reconhecimento da importância da educação foi também um traço marcante para o desempenho da posição de mãe dentro da família. A educação consistia tanto na educação formal, destinada aos filhos, que representariam a família na esfera pública, como também a educação doméstica, destinada às filhas, para que firmassem laços de casamento com maridos de famílias abastadas [YOO, 2008, p. 31] Através das mudanças econômicas durante período Joseon em diante, comportando, inclusive, o avanço econômico pós-democratização da Coreia do Sul [pós 1987], a utilização da força de trabalho das mulheres para além da esfera doméstica começou, gradativamente, a ser mais criticamente observada, visto que a habilidade e a perspicácia de mulheres letradas seria uma característica positiva a ser levada para a esfera comercial. Após movimentos sociais e iniciativas oriundas do governo e de companhias missionárias para promoção da educação feminina, o estabelecimento das primeiras instituições de ensino com vistas à criação de mulheres mais “compatíveis” com seus maridos, permitiu – contra os dizeres iniciais do Confucionismo de que mulheres inteligentes trariam infortúnio ao lar -  a visão das mulheres como mães e esposas educadas. Contudo também lhes deu a oportunidade de engajamento em outras profissões, iniciando um longo caminho para conquista de direitos voltados à igualdade de gênero [YOO, 2008, p. 35].

 

A educação mostrou-se um tema crucial para a compreensão da maternidade e da dinâmica dos papéis de gênero na Coreia, posto que constitui-se como um dos elementos que moldam a relação entre mãe e filho de forma particularmente intensa no país. A transição de uma dinastia secular para um governo de prioridades neoliberais pareceu reforçar tais posições para a mulher. A expansão de um sistema educacional com reformas que possibilitaram a criação de instituições privadas – como os reforços escolares, ou institutos de ensino de inglês -  complementares ao ensino formal das escolas, integrando o chamado after-school market, aumentou a esfera de administração da educação de crianças e adolescentes que mães teriam de administrar [PARK, 2007, p. 190-191]. A partir do crescimento desse mercado, moldam-se também as obrigações das mães para o estabelecimento de uma base educacional que garanta um futuro promissor a seus filhos, formatando-se o que se chama de ideologia das ‘mães administradoras’ ou ‘manager mothers’, que segue um modelo da imagem da dona de casa de classe média que dedica o seu tempo à criação e ao futuro de seus filhos. As manager mothers trazem à tona a intensificação do ‘papel de mãe’ e das práticas maternas elevando, na maternidade, o senso de responsabilidade das mulheres para com suas crianças, apesar de o peso de tal responsabilidade variar conforme os diferentes marcadores sociais e econômicos que situam as mulheres na sociedade. Mesmo com as diferenças dessas práticas que se mostram, por exemplo, através da variação de classes sociais, os efeitos que a construção de um ideal materno reflete na figura da mulher também se mostra um fator vulnerabilizante para essas mulheres. Ao mesmo tempo que essa obrigação gerencial da vida dos filhos é posta no colo dessas mulheres, são elas mesmas ‘vilanizadas’ na medida em que essa “administração do sucesso” passa a ser vista como um fator que inflige sofrimento para a vida das crianças [PARK, 2007, p. 198-201].

 

Tais fatores têm influência na autoconsciência da mulher e no seu poder de decisão acerca da vontade de assumir ou não o papel de mãe. Considerando o peso de tal responsabilidade e levando em conta condicionantes culturais do país - como a tradição coreana em que a mulher reside com sua família até o seu casamento, momento quando se muda para a residência de seu marido e, então, passa a assumir as tarefas domésticas -, o sentimento de independência e de privacidade parece situar-se a distante alcance da mulher, que se vê num contexto de crescentes políticas neoliberais que prezam pela autonomia e pela liberdade do indivíduo [SONG, 2010, p. 141]. Esses valores quando reivindicados por mulheres contradiziam bases morais patriarcais confucionistas, pelas quais convencionou-se à mulher o papel irrevogável de esposa e mãe. Seguindo tal mentalidade, e encarando o estigma de não querer assumir um vínculo matrimonial, manifestações de mulheres, como o movimento #NoMarriage, ganharam força ao trazerem centralidade às vozes femininas que não visualizam um futuro nos caminhos do casamento e da maternidade, mas sim no investimento da própria independência [LEE, 2019; SONG, 2010, p. 143]. Tais manifestações foram, inclusive, de encontro com as políticas governamentais de incentivo ao casamento – tomadas a partir da percepção do declínio das taxas anuais de casamento e de nascimentos, impactando diretamente na seguridade social sul-coreana  -, o que voltou a atenção pública às políticas de gênero e direitos da mulher que ultrapassam a esfera do casamento e da maternidade [STATISTICS KOREA, 2019; JEFFERY, 2019].

 

Feminismos e políticas de gênero

As políticas de gênero na Coreia do Sul envolvem, especialmente, a luta por direitos das mulheres e a discussão acerca da história do Direito de Família sul-coreano [YANG. 2008, p. 78]. Antes mesmo da tomada de iniciativas governamentais contra desigualdade de gênero, movimentos feministas que tencionavam reformas legais em prol da consubstanciação legal de valores como igualdade de gênero, democracia e desenvolvimento social marcam sua história desde a consolidação das primeiras repúblicas na Coreia do Sul. O combate ao tratamento depreciante do sistema patriarcal, não por acaso, adveio das bases da estrutura familiar no país, tendo em vista que, através da “herança colonial” deixada pelo período de controle japonês sobre a Coreia [1910-1945], validou-se, em 1957, o regime legal do sistema de “chefe de família” para a administração do registro familiar e do sistema de identificação de pessoas coreanas [YANG, 2013, p. 55].

 

Por essa estrutura, o sistema do chefe de família, ou Hoju, designava, ao momento de registro de casamento, um representante da família, normalmente um homem adulto, que teria para si atribuída a capacidade de tomada de decisões em nome da família. Nesse cenário, a mulher estaria sempre vinculada ao registro familiar cujo representante seria uma figura masculina, isto é, seu genitor ou seu esposo, tendo em vista que não seria possível estar inscrita em um registro familiar sem integrar a lógica desse sistema. O sistema de chefe de família definia, então, a mulher conforme a posição que ocupava no grupo familiar, como esposa, como mãe, ou como filha, e, conforme definia a regulação legal, regras discriminatórias de gênero seguiam perpetuando noções de inferioridade da mulher no todo familiar, que priorizavam, mesmo em questões de direitos de propriedade e de sucessão, as figuras masculinas [YANG, 2013, p. 51-53].

 

Com a abolição de tal sistema, em 2005, pela declaração de sua inconstitucionalidade a partir de decisão da Corte Constitucional da República da Coreia, também por pressões de movimentos feministas e pelo apoio dos Advogados por uma Sociedade Democrática nos anos 2000, que impulsionaram judicializações para o escrutínio da constitucionalidade dos artigos pertinentes a esse sistema na Lei Civil, perspectivas acerca de um feminismo jurídico puderam ser discutidas. Para além de um mero rito público burocrático, a abolição do sistema Hoju permitiu às mulheres a não subordinação da própria identidade aos laços que possuem com seus ascendentes e descendentes homens e maridos [YANG, 2008; 2013].

 

Políticas contra desigualdade e violência de gênero adotadas na Coreia do Sul e que vinculam-se ao papel materno atribuído à mulher também foram mais recentemente estabelecidas. É o caso da recente descriminalização do aborto em 01 de janeiro de 2021 por decisão da Corte Constitucional do país, abolindo do Ordenamento Jurídico sul-coreano os dispositivos que proibiam a prática por iniciativa das mulheres e dos médicos e médicas [SOUTH…, 2021]. Também apoiada por movimentos femininos, a descriminalização do aborto ressignifica discursos que predeterminam a tradição da maternidade e do casamento na constituição da identidade da mulher e enfatiza os direitos de autodeterminação do próprio corpo.

 

Em verdade, o discurso da ‘tradição’ – também mais uma herança colonial – é uma das bases pelas quais o sistema patriarcal foi perpetuado na sociedade coreana. Defendeu-se, também por influência da ideologia Confucionista e Neo-confucionista, sob o nome da tradição como pedra angular filosófica do Estado, os pilares da família patriarcal. Posto isso, sendo a família patriarcal a tradição da nação, o enrijecimento da família patrilinear tornava indispensável a continuação da família por meio da geração de filhos, o que constituía a ideia da mulher como objeto de procriação. A reinterpretação da tradição pelas lentes do feminismo, funcionando como método de compreensão da história e da sociedade, especialmente no período de democratização da Coreia pós-1987, permitiu vias de reconstrução da representatividade feminina pelas bases da democracia, igualdade de gênero e desenvolvimento social [YANG, 2013, p. 79-94].

 

Conclusão

Enxergar as relações familiares na instituição familiar sul-coreana torna-se, então, importante fonte para compreensão das relações de gênero e, em especial, dos direitos e bases sociais da mulher na Coreia do Sul. Historicamente a tradição serviu de fundação para perpetuação de regras e costumes discriminatórios de gênero e inferiorização da mulher. Contrapontos foram organicamente mobilizados por movimentos feministas ao longo da história do país, sendo a abolição do sistema Hoju e a descriminalização do aborto exemplos de conquistas das mulheres por vias institucionais. A possibilidade da discussão acerca da liberdade feminina de casamento e da maternidade em espaços públicos e privados evidencia o começo de uma caminhada em prol da diminuição da desigualdade de gênero na Coreia do Sul. A tratativa do casamento e da maternidade, retomada pela agência feminina, indica, porém, um longo caminho a ser percorrido, haja vista que bases patriarcais históricas não são simplesmente apagadas da sociabilidade dos indivíduos por simples – e nem tão simples assim – reformas legais. Olhar para a atuação dos movimentos feministas sul-coreanos atualmente demanda um exercício de criatividade para ressignificação de bases culturais que formam uma certa identidade feminina, o que torna uma revisão da noção de tradição não apenas um desafio, mas uma necessidade para a afirmação de uma cultura que preze pela independência e integridade das mulheres.

 

Referências

Amanda de Morais Silva é graduanda em Direito na Universidade Federal de Pernambuco, pesquisadora voluntária PIBIC/CNPq e integrante e pesquisadora associada da Coordenadoria de Estudos da Ásia da UFPE na Curadoria de Coreia do Sul e Curadoria de Assuntos do Japão [e-mail: amndmorais@gmail.com]

 

JEFFERY, Yasmin. #NoMarriage movement sees South Korean women reject Government pressures o marry and have kids. 2019. Disponível em: https://www.abc.net.au/news/2019-08-01/nomarriage-movement-south-korea-women-reject-marriage-kids/11367488

LEE, Jihye. #NoMarriage: o movimento que está desafiando a Coreia do Sul. 2019. Disponível em: https://exame.com/mundo/nomarriage-o-movimento-que-esta-desafiando-a-coreia-do-sul/

LEE, Suni. "Marital status, gender, and subjective quality of life in Korea" in: DEVELOPMENT AND SOCIETY, vol. 27, n. 2, 1998, 35-49

PARK, So Jin. “Educational Manager Mothers: South Koreas Neoliberal Transformation” in  KOREA JOURNAL, vol. 47, n.3. 2007, p. 186-213

SONG, Jesook. “A room of one’s own: the meaning of spatial autonomy for unmarried women in neoliberal South Korea.” in Gender, place & culture: a journal of feminist geography, vol. 17, n. 2, 2010, p. 131-149.

SOUTH Korea: Abortion Decriminalized since January 1. 2021. Disponível em: https://www.loc.gov/item/global-legal-monitor/2021-03-18/south-korea-abortion-decrimin alized-since-january-1-2021/

STATISCS KOREA. Preliminary results of birth and death statistics in 2018. 2019. Disponível em: https://kostat.go.kr/portal/eng/pressReleases/1/index.board?bmode=read&aSeq=375520.

WORLD ECONOMIC FORUM. Global Gender Gap Report. 2021. Disponível em: https://www3.weforum.org/docs/WEF_GGGR_2021.pdf.

YANG, Hyunah. A journey of family law reform in Korea: tradition, equality, and social change. Journal of Koream Law, vol. 8, 2008, p. 77-94

_____________. Colonialism and patriarchy: where the korean family-head (hoju) system had been located. In: YANG, Hyunah (Org.). Law and Society in Korea. Northampton: Edward Elgar Publishing, 2013.

YOO, Theodore Jun. The politics of gender in colonial Korea: education, labor, and health, 1910-1945. Berkeley e Los Angeles: University of California Press, 2008.

20 comentários:

  1. Tema incrível, tinha muitos conceitos que não conhecia a respeito da organização da sociedade familiar sul-coreana. Como você mesma disse, no final do seu texto, realmente há um longo caminho a ser percorrido para mais políticas de conscientização de igualdade de gêneros na Coreia do Sul, infelizmente alguns traços patriarcais e de controle sobre as mulheres ainda continuam bem evidenciados entre os coreanos. A minha pergunta é: Com a anulação do sistema Hoju, citado no texto, hoje a figura da mulher pode ser caracterizada como uma chefe de família na Coreia do Sul? Ainda existem resistências? Existem mais leis em prol dos direitos das mulheres?

    - Eduarda Christine Souza Pucci

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    2. Oi, Eduarda! Obrigada pelas perguntas e pela leitura!
      A figura do chefe de família não mais existe pela legislação coreana, então esses padrões de referência de chefe de família já não mais podem ser postos ao situar a mulher coreana no âmbito famíliar. Contudo, se a acepção de chefe de família que você menciona se refere mais a um sentido material de responsável familiar pode-se afirmar que sim, é possível. Afora a discussão de independência e poder financeiro da mulher na família, o fenômeno das 'manager mothers' podem ser interpretados como uma das manifestações da grande influência do papel da mulher na constituição familiar. Isto é, a responsabilização pela criação e planejamento do futuro dos filhos é frequentemente uma tarefa atribuída às mulheres em seus núcleos familiares. Ao mesmo tempo também é verdade que a taxa de casamento para mulheres mais jovens vem diminuindo cada vez mais, pelo maior apreço dado ao desenvolvimento de um futuro acadêmico ou de suas carreiras. Nesse sentido há também de se considerar as diferentes conformações de família que hoje estão se constituindo na Coreia do Sul. Tratando-se do sentido de chefe de família como provedora financeira da família, ainda é difícil afirmar que as mulheres vêm substituindo ou igualando-se aos homens na categoria de "provedoras do lar", tendo em vista que as taxas de emprego de mulheres na Coreia ainda é relativamente baixa, conforme relatórios da OECD, e a diferença salarial entre homens e mulheres ainda é marcante.

      Posso também citar alguns avanços legislativos e administrativos na Coreia do Sul em prol dos direitos das mulheres: A Lei da Saúde da Mulher da Criança (1986), a abolição do sistema patriarcal de sobrenome familiar (2005), a adoção do sistema de cotas para mulheres no setor político (2004), a criação do Ministério da Igualdade de Gênero (2001), avanços na área trabalhista no Labor Standards Act pela proteção de direitos relacionados à maternidade e revisões feitas no Employment Act no que se refere à igualdade de gênero.

      Espero ter respondido satisfatoriamente suas dúvidas!
      Att.
      Amanda de Morais Silva

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  2. Primeiramente gostaria de parabenizar pelo excelente trabalho, o tema é muito interessante.
    Como dito, o movimento feminista vem ganhando espaço na Coreia, com conquistas como a abolição do sistema Hoju e a descriminalização do aborto. Gostaria de saber como a sociedade coreana em geral reagiu a tais feitos, imagino que não tenha sido de forma positiva. Gostaria também de saber como o movimento feminista é visto pela população do pais atualmente.

    Agradeço desde já!
    Gabriela Soares Lima dos Santos

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    2. Oi, Gabriela! Muito obrigada pela leitura! Quanto à visão do movimento feminista, eu respondi questão similar no comentário da Priscila e da Júlia, talvez seja útil também pra sua dúvida!
      Quanto à abolição da criminalização do aborto, por ser uma mudança recente na legislação sul-coreana e na dinâmica do sistema de saúde sul-coreano, a efetivação de tais mudanças ainda tem sido pouco efetiva por parte de médicos e hospitais, tanto em razão de recusa de realização do procedimento, quanto devido à falta de regulamentação dos instrumentos e medicamentos básicos que o procedimento requer para a sua consecução. Movimentos femininos receberam positivamente a mudança, visto que é uma demanda há muito reivindicada no Âmbito jurisdicional e legislativo por ativistas e grupos de apoio à causa. Quanto ao sistema Hoju, não sei te informar com precisão acerca da reação à abolição do sistema, visto que por ter ocorrido em 2005, o acesso a trabalhos que abordam tal temática ainda é dificultoso e escasso em línguas que não o coreano!
      Att.
      Amanda de Morais Silva

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  3. Vitor Alves Souza Alecrim6 de outubro de 2021 às 12:18

    Primeiramente, meus parabéns, à autora pelo excelente texto, e de grande importância para reflexões. Como dito, observar e analisar as relações familiares na instituição familiar sul-coreana torna-se importante fonte para compreensão das relações de gênero. Dito isso, não seria interessante também como fonte para compreensão das relações de gênero, analisar os discursos e narrativas acerca desta temática, que permeiam as séries de TV sul-coreanas, será que há uma resistência ou ruptura com o ideal patriarcal ou confucionista nestas séries? Uma vez que a cultura midiática sul-coreana está em uma certa relação com uma política de Soft Power que provoca efeitos sutis tanto, cultural, de valores e ideias no comportamento daqueles que a consomem.

    Vitor Alves Souza Alecrim

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  4. Excelente trabalho, ultimamente tem se falado muito do tema mas você foi a primeira pessoa que vi explicar ele com o histórico confuncionista. O movimento antifeminista tem crescido muito na internet, a ponto de fazerem sites para listar personalidades feministas com o intuito de boicota-las, recentemente também teve o caso da atleta An San que ganhou 3 medalhas de outro nas olimpíadas mas a população queria que fossem devolvidas as medalhas apenas pelo fato dela ter cabelo curto(que é associado com o feminismo radical), o machismo é um problema no mundo inteiro mas vemos casos extremos como esses na Coréia, você acredita que o pensamento confuncionista é o "principal causador" desses comportamentos? Ou tem mais haver com o conservadorismo mesmo?

    Hanna Camylle Cordeiro Coelho hannacamylle@hotmail.com

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    2. Olá, Hanna, muito obrigada pelos comentários! De fato, confesso que o acontecimento com a An San foi um dos motivos que me levaram a realizar tais investigações acerca das relações de gênero na Coreia. O machismo na Coreia atualmente pode ser situado como um resultado de um conjunto de fatores históricos e culturais, não necessariamente oriundos de uma tradição secular, como o é o Confucionismo. Este é um dos fatores que influenciaram as conformações patriarcais e violentas de gênero na Coreia, mas também outros fatores como o militarismo compulsório e a influência do conservadorismo cristão na política também guardam considerável carga de influência.

      A título de exemplo, o militarismo compulsório na Coreia do Sul é um dos elementos culturais e políticos da Coreia do Sul que podem ser categorizados como produtores de normatividade de gênero, por exemplo. O Âmbito militar sul-coreano é atingido por legislação própria que proíbe, por exemplo, relações entre indivíduos do mesmo sexo durante o período, sendo estes mesmos indivíduos sujeitos à penalização caso transgredirem tais normas. Tais fatores influenciam a criação de padrões de masculinidade que são prejudiciais às mulheres mas também aos homens sul-coreanos, na medida que cria-se uma expectativa de atendimento a um modelo de masculinidade que "servirá ao seu país" durante o cumprimento de seu período obrigatório no exército. E esses efeitos podem ser constatados durante toda a vida do homem, tendo em vista que o sistema militar combina um conjunto de fatores tais como o nacionalismo, o patriarcado, o culto à defesa nacional, uma moralidade generificada - também encontrada no Confucionismo -, e mesmo o patriotismo, que conformam a dinâmica social dos indivíduos e constituem o militarismo como uma dinâmica generificada. Atualmente, ataques antifeministas vêm sendo realizados na internet e, apesar de minoritários, uma das maiores pautas tangenciadas quando a igualdade de gênero é posta em debate é a conscrição militar como uma fase negativa pela qual os homens devem passar.

      O alinhamento político cristão conservador, especialmente o evangélico, na composição parlamentar na Coreia do Sul também pode ser considerado um dos obstáculos à igualdade de gênero na Coreia. Mesmo em setores mais progressistas, como o Partido Democrático da Coreia do Sul, atualmente o partido do presidente Moon Jae-In, posicionam-se contrariamente a certas concessões de direitos - como o próprio presidente se posiciona -, como a garantia do direito ao casamento para casais homoafetivos, que freiam avanços em direção à igualdade de gênero.

      Nesse sentido, o Confucionismo é apenas um dos aspectos que influenciam na solidificação de um sistema machista e patriarcal na Coreia do Sul, sem pretensão, claro, de classificar hierarquicamente esses fatores conforme seu grau de influência.

      Espero que tenha conseguido sanar suas dúvidas, Hanna! Se tiver outra dúvida, ou quiser trocar mais ideias meu e-mail está nas referências do artigo! Muito obrigada.
      Att.
      Amanda de Morais Silva

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  5. Primeiramente, gostaria de parabenizá-la pelo artigo, achei sua escolha de tema excelente. Minhas perguntas são: primeiramente, o que te motivou a pesquisar sobre os papéis de genêro na Coréia do Sul? E em segundo, você sabe quais as vertentes do movimento feminista (liberal, radical, etc) as mulheres coreanas são mais adeptas?

    Abraços!
    Júlia da Silva Amaral

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    2. Olá, Júlia! Agradeço muito pelo interesse no tema e pela leitura do texto. Minha trajetória com os estudos de gênero na Coreia do Sul começaram pelos estudos de gênero em geral. Sou pesquisadora na área de Direito e Gênero e, por interesses adjacentes, tive a maravilhosa oportunidade de realizar um curso relacionado à história do Japão. Durante o curso, entrei em contato com a temática das mulheres de conforto, ou mulheres de alívio, coreanas, nome utilizado para designar as mulheres forçadas À prostituição e escravidão sexual pelo militarismo japonês durante a II Guerra Mundial. Ao buscar saber mais sobre a temática, me deparei com as relações particulares de gênero que constituem a dinâmica social sul-coreana, particularmente com os debates a respeito de masculinidades, feminismos e movimento queer, o que me interessou bastante para seguir pesquisando sobre o assunto!

      Quanto à segunda pergunta, depende do que você categoriza como movimento feminista liberal, radical, etc, porque essas conformações carregam significados históricos particulares que, apesar de se relacionarem com a construção histórica do movimento feminino sul-coreano, não o fazem de forma tão direta, já que carregam conceitos e formas "ocidentais" de situar-se no mundo. Atualmente o movimento feminista na Coreia não tem um delineamento muito bem desenhado, conforme critérios de feminismos liberal, radical, interseccional, etc, também em razão dos obstáculos políticos e sociais que o endereçamento como "feminista" pode acarretar para um indivíduo no campo público. Há movimentos de grupos, como o Megalia, que são mais atribuídos a setores do pensamento feminista radical em razão de alguns posicionamentos antagônicos a direitos lgbtqia+ quando relacionados a integração de homens ao debate feminista, mas também partiparam ativamente com campanhas contra a pornografia na Coreia do Sul, por exemplo. Então, como uma "outsider", e conforme algumas conversas que tive com ativistas sul-coreanas, eu diria que as pautas do feminismo sul-coreano hoje se voltam mais ao debate da representatividade política e da garantia de direitos contra a desigualdade de gênero. Isso também não exclui o fato de que há pautas do feminismo sul-coreano que rejeitam o enquadramento do feminismo no campo do feminismo liberal, conforme movimentos como o "Ditch the Corset" mostram. Como fenômeno virtual, no entanto, o feminismo no país tem sido bastante categorizado como radical, mas ainda assim é difícil de traçar esse tipo de caracterização, porque guarda ainda muitas particularidades do país.

      Espero que tenha conseguido responder minimamente algumas de suas dúvidas, ou pelo menos instigar algumas reflexões! Obrigada novamente.
      Att.
      Amanda de Morais Silva

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  6. Excelente trabalho, parabéns!
    Nos últimos anos a cultura pop sul-coreana tem chamado atenção em nosso país devido ao Kpop, aos doramas, enfim. Achei interessante a reflexão acerca das relações de gênero que você colocou e a forma como contextualizou. Minha dúvida: como o movimento feminista é visto pela população sul-coreana, uma vez que graças a ele as mulheres tem conquistado maior espaço na sociedade?

    Abraços!!
    Priscila Nascimento Marcelino

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    2. Olá, Priscila! Muito obrigada pelo comentário.
      O movimento feminista sul-coreano atualmente vem ganhando mais atenção em razão da movimentação crescente de manifestações com engajamento pelas redes sociais. Apesar de o movimento posicionar-se em favor da igualdade de gênero no país, ainda é possível constatar certo receio da população em geral a aderir o endereçamento como "feminista", posto que ele ainda é muito difundido como movimento que prega a misandria, isto é, a aversão por indivíduos do sexo masculino. Apesar de a estrutura administrativa sul-coreana constar com um Ministério da Igualdade de Gênero e da Família, as políticas públicas realizadas ainda não são explicitamente categorizadas como feministas. Setores antifeministas e conservadores ainda têm sua carga de influência política no país, de forma poder se referir a determinados grupos como verdadeiramente misóginos. Fatores como o militarismo, a ideologia confucionista e setores religiosos da política contribuem para a manutenção da imagem de um "perigo moral" em torno do movimento feminista. Algumas entrevistas recentes com ativistas do movimento declaram, infelizmente, o sentimento de insegurança ao se proclamar como feminista na Coreia do Sul, mas isso também não impede a manifestação desses valores por diversos outros meios, sejam eles coletivos - como pela atuação de grupos universitários, passeatas, ou organizações como a Korean Women's Association United - ou individuais, como pela literatura feminista sul-coreana.
      Att.
      Amanda de Morais Silva

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  7. Amanda, primeiramente gostaria de dar os parabéns pelo texto! Muito esclarecedor acerca de questões que se estendem ao longo de eras.

    Minha questão seria mais em relação ao final, quando tu diz: "(...) Olhar para a atuação dos movimentos feministas sul-coreanos atualmente demanda um exercício de criatividade para ressignificação de bases culturais que formam uma certa identidade feminina, o que torna uma revisão da noção de tradição não apenas um desafio, mas uma necessidade para a afirmação de uma cultura que preze pela independência e integridade das mulheres".

    Em outro momento, você escreve "movimento feminino e feminista", visto que, como você bem pontuou nas considerações finais, pelo que entendi, ainda há uma nebulosidade em chamar os movimentos pela luta de igualdade de gênero na Coreia do Sul de "movimentos feministas", visto que é uma palavra completamente negada; em contraponta, nós vemos como o termo feminismo é explorado/pensado/debatido abertamente há décadas, desde os movimentos pós-estruturalistas europeus. Na tua opinião, quais são os movimentos/grupos/espaços acadêmicos que estão pensando sobre o "feminismo"?

    Novamente, parabéns pelo texto e pelas reflexões!
    Maria Gabriela Wanderley Pedrosa

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  8. Olá, Amanda. Parabéns pelo seu trabalho. Os dados históricos sobre a formação sociocultural da instituição familiar na Coreia foram muito elucidadores, assim como os debates atuais sobre a família e casamento sob a ótica feminista e dos movimentos contemporâneos. Dito isto, gostaria que você explicasse melhor sobre os efeitos sentidos atualmente na sociedade coreana com a diminuição do interesse das mulheres em se casar, como abordado no trecho "Tais manifestações foram, inclusive, de encontro com as políticas governamentais de incentivo ao casamento – tomadas a partir da percepção do declínio das taxas anuais de casamento e de nascimentos, impactando diretamente na seguridade social sul-coreana -, o que voltou a atenção pública às políticas de gênero e direitos da mulher que ultrapassam a esfera do casamento e da maternidade.": as taxas de natalidade e casamento podem ser comparadas com as vistas no Japão, que também possuem estes dados em queda? Pode-se dizer que há uma contradição entre os movimentos feministas e o pensamento liberal, que por um lado dá mecanismos filosóficos para as lutas das mulheres a respeito de suas liberdades individuais enquanto que esta mesma doutrina as aproxima ainda mais da opressão capitalista, que, sob a perspectiva materialista histórica do marxismo, é a grande opressão e que dá origens a outras? Seu trabalho me levantou muitas questões, o que demonstra a sua riqueza. Parabéns mais uma vez pelo seu desenvolvimento.

    Ronaldo Sobreira de Lima Júnior

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  9. Suéllen Sulamita Gentil de Oliveira7 de outubro de 2021 às 19:36

    Olá, Amanda! Tudo bem?

    Gostaria de começar exaltando seu excelente trabalho. Pensar nas questões de gênero que permeiam a sociedade coreana pelo prisma dessa própria sociedade, visto que suas fontes são majoritariamente de autoras e autores da Coreia do Sul, é de extrema relevância para quebrar o discurso estrangeirizante e permitir que a compreensão do Outro seja pela sua própria voz ativa. Além do fato que ainda há pouco material sobre o assunto na língua portuguesa brasileira, o que traz ainda mais relevância para seu estudo.

    Atualmente, estou desenvolvendo uma pesquisa sobre gênero e políticas públicas na Coreia do Sul e seu trabalha me chamou muito a atenção porque, diante do que eu já analisei sobre essas políticas nos órgãos governamentais, eu percebo que existe uma.deficiência em pensar a mulher fora do papel de mãe. A sensação que fica é quase como se a mulher só fosse mulher enquanto reprodutora de uma prole e integrante de uma família.

    Gostaria de saber se, apesar de avanços importantes com a descriminalização do aborto, você também teve essa mesma sensação ao desenvolver esse trabalho e quais foram suas impressões acerca disso.

    Mais uma vez, parabéns!

    Suéllen Sulamita Gentil de Oliveira

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